Correio dos Campos

800 profissionais de saúde voluntários devem participar de testes de vacina contra a Covid-19 no Paraná; veja como se inscrever

Testagem da vacina chinesa em Curitiba é coordenada pelo Hospital de Clínicas e será feita somente em trabalhadores da saúde, que não precisam ser ligados à instituição.
22 de julho de 2020 às 08:46
Hospital de Clínicas da UFPR foi selecionado para testar vacina — Foto: Reprodução/RPC

O Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, informou que estão abertas as inscrições para profissionais da área da saúde que desejam participar voluntariamente dos testes de uma vacina chinesa contra o novo coronavírus no estado.

Serão selecionados 800 voluntários para receber as doses e participar das testagens, na capital paranaense.

Em todo o Brasil, serão 9 mil participantes.

As inscrições são feitas pela internet, no site do Instituto Butantan, de São Paulo, que participa do desenvolvimento da vacina. Acesse o site para se inscrever.

O Hospital de Clínicas destacou, nesta terça-feira (21), que as doses da vacina já chegaram ao Brasil e que nas próximas semanas, devem chegar ao Paraná.

A unidade paranaense é uma dos 12 centros hospitalares do país que participam da nova fase de testes da vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, em parceria com o Instituto Butantan. É a fase de número três de testes clínicos.

Em São Paulo, 890 voluntários começaram a receber as doses nesta terça-feira, segundo o governo estadual.

Pré-requisitos

Somente profissionais de saúde que estejam atuando diretamente no combate à Covid-19 podem participar do estudo.

Outros pré-requisitos são que os voluntários não tenham se contaminado pela doença anteriormente, mulheres não estejam grávidas ou planejem engravidar nos próximos três meses, e que os voluntários morem perto de um dos centros de pesquisa que conduzem o projeto.

CoronaVac

A vacina desenvolvida pelo laboratório chinês recebeu o nome de CoronaVac. Os responsáveis pelo desenvolvimento da vacina afirmam que ela é feita com uma versão do vírus inativo – em que não há a presença do vírus vivo – método que reduz riscos.

A infectologista Sônia Raboni que conduz o processo de testagem no HC, em Curitiba, diz que um grupo de voluntários receberá duas doses da vacina e o outro receberá uma substância inócua, que não produz qualquer efeito no organismo – o que é costume em pesquisas sobre medicamentos.

O voluntário que receber a vacina será acompanhado com intervalo de sete dias, por um período prolongado, que vai se estender por um período de seis meses, segundo ela.

Conforme forem sendo colhidos, os resultados serão apresentados ao grupo que coordena o estudo.

Além do Hospital de Clínicas, a vacina será testada por sete centros de São Paulo, pela Universidade de Brasília, Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da Universidade Federal de Minas Gerais e também pelo Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul.

Como funciona?

A vacina da Sinovac Biotech já foi aprovada para testes clínicos na China. Ela usa uma versão do vírus inativado. Isso quer dizer que não há a presença do coronavírus Sars-Cov-2 vivo na solução, o que reduz os riscos deste tipo de imunização.

Vacinas inativadas são compostas pelo vírus morto ou por partes dele. Isso garante que ele não consiga se duplicar no sistema. É o mesmo princípio das vacinas contra a hepatite e a influenza (gripe).

Ela implanta uma espécie de memória celular responsável por ativar a imunidade de quem é vacinado. Quando entra em contato com o coronavírus ativo, o corpo já está preparado para induzir uma resposta imune.

Fonte: G1