Bebê de dois meses morre esperando vaga em UTI do Paraná

Um bebê de dois meses com doença respiratória morreu esperando uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Foz do Iguaçu, região Oeste do Paraná. Dois hospitais da região estão com superlotação, de acordo com apuração da RICtv Oeste.
Isis Maite, de dois meses, deu entrada no hospital com quadro de bronquiolite. O caso se agravou e a bebê precisou ser transferida para uma UTI pediátrica, mas não tinha vaga e ela não resistiu, segundo a reportagem da RICtv.
Outra criança, de 8 anos, foi diagnosticada com pneumonia, mas foi transferida para o Hospital São Lucas em Cascavel, outro município do estado.
De acordo com a Secretária de Estado da Saúde do Paraná (Sesa), a maioria das entradas nos hospitais está sendo devido a sintomas gripais e respiratórios. Segundo boletim da Sesa, apenas 47% dos idosos e 33% das crianças foram vacinados contra a gripe desde o início da campanha neste ano.
O secretário de saúde Beto Preto declarou em entrevista à RICtv Oeste que os baixos números de aderência à vacinação agravam o cenário. “Tiveram 85 óbitos por influenza neste ano, apenas 9 foram vacinados”. disse o secretário, que reforça a importância da imunização.
A RICtv Oeste pediu nota para o Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, mas ainda não obteve retorno.
A Sesa divulgou nota em que lamentou a morte do bebê e deu mais detalhes de como foi o processo de atendimento realizado. Confira abaixo a nota na íntegra:
A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) lamenta profundamente a morte da criança e se solidariza com seus familiares. Segundo os dados do sistema Estadual, a paciente foi admitida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Foz do Iguaçu na última sexta-feira (6), onde registrou uma parada cardiorrespiratória de cerca de 20 minutos, sendo enviada imediatamente por meio de vaga zero pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Municipal Padre Germano Lauck, em estado grave.
Desde o momento da entrada da paciente no hospital, a unidade realizou todos os procedimentos indicados para o tratamento. Por não possuir leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica, o hospital incluiu a paciente na Central Estadual de Regulação de Leitos solicitando transferência. Em casos graves como este, não é indicado o deslocamento dos pacientes, até que o quadro esteja estabilizado e possibilite a remoção para outra unidade.
Após o período de tratamento e observação da evolução do quadro clínico, foi solicitado no domingo (8) uma tomografia, que indicou uma possível morte encefálica. Para confirmação da morte são necessários diversos exames realizados em duas etapas, um deles é o teste de apneia, que devido ao quadro clínico, a paciente não tinha condições de realizar. Infelizmente, após todos os procedimentos, a paciente não resistiu e faleceu por parada cardiorrespiratória nesta terça-feira (10) a tarde.
A Macrorregião Oeste registrou um aumento na procura por leitos, especialmente devido a casos de síndromes respiratórias, sendo que a ocupação das unidades neste momento é de 70% para leitos de UTI pediátricos e 39% para leitos de enfermaria pediátricos, destes 33% dos leitos de UTI e 8% de enfermaria estão ocupados com casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs). Além dos 25 leitos pediátricos (15 de enfermaria e 10 de UTI infantil) implantados no Hospital Madre de Dio, em São Miguel do Iguaçu, a Sesa emitiu nesta segunda-feira (9) a Resolução nº 1.022/2025, requisitando 4 leitos de UTI pediátrica e 10 leitos de enfermaria pediátrica para o SUS, no Hospital Itamed (antigo Hospital Costa Cavalcanti).
Fonte: RIC Mais
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