Correio dos Campos

Estudo revela que gengivite afeta pelo menos 30% das grávidas e pode causar parto prematuro

Inflamação pode ainda afetar o peso do recém-nascido; pré-natal odontológico ajuda a evitar problemas para mãe e bebê
8 de maio de 2021 às 09:00
Com a gravidez, os cuidados com a saúde bucal precisam ser redobrados. (Foto: Envato Imagens)

COM ASSESSORIAS – A predisposição de gestantes à gengivite é maior e isso deve ser motivo de alerta. É o que mostram diversos estudos que ressaltam a importância de um acompanhamento odontológico dentro do pré-natal tradicional das grávidas. As visitas regulares a clínicas de odontologia podem evitar futuros problemas, pois a saúde bucal da mãe influencia diretamente na saúde do bebê. Um estudo realizado pelo Departamento de Odontologia Preventiva do Hospital da Universidade Estadual de Lagos, na Nigéria, mostrou que a ocorrência de gengivite em gestantes varia entre 30% a 100% das mulheres. A pesquisa concluiu que o aumento da taxa de metabolismo do estrogênio e da síntese de prostaglandinas pela gengiva ajudou para as mudanças gengivais neste período de gestação.

Para o especialista em Saúde Coletiva e dentista da Neodent, João Piscinini, os riscos que essa doença pode acarretar ao bebê são graves e devem ser levados em conta durante a gestação. “Diversos estudos têm relacionado a gengivite, por exemplo, ao parto prematuro e ao baixo peso ao nascer, o que faz todo sentido quando entendemos que as doenças gengivais são um processo inflamatório que, como muitos outros e em qualquer parte do corpo, pode trazer riscos ao feto”, explica.

Com a gravidez, os cuidados com a saúde bucal precisam ser redobrados. “A verdade é que o acompanhamento pré-natal odontológico não apenas é seguro, como necessário”, destaca Piscinini. Ele diz que os procedimentos eletivos – aqueles que não são urgentes, como os estéticos -, podem ser realizados após o parto. “Mas os quadros que trazem riscos à gestante e ao bebê possuem caráter de urgência, podendo e devendo ser tratados durante a gestação”, defende. De acordo com o dentista, o momento mais indicado é o segundo trimestre, porém, a grávida pode receber atendimento em qualquer período da gestação. “É o profissional que saberá orientar quais procedimentos devem já ser realizados e quais podem esperar. Para isso, é fundamental que as gestantes incluam na lista do pré-natal a visita ao dentista”, afirma.

Piscinini destaca que é essencial a gestante realizar uma avaliação odontológica dentro de seus exames de rotina e esses momentos também podem ser importantes para compreender como cuidar da saúde bucal do bebê após o nascimento. “O acompanhamento pré-natal odontológico é uma ótima oportunidade de você receber orientações e tirar suas dúvidas sobre a saúde bucal dos filhos. Muitas mães de primeira viagem ainda não sabem qual é o melhor momento para levar as crianças ao dentista ou até mesmo como proceder com a higiene bucal antes mesmo do nascimento dos dentes. Por isso, essa consulta pode trazer benefícios para a mãe e o filho durante e após a gestação”, finaliza.