Correio dos Campos

Criança que morreu após levar uma picada de abelha no Paraná já havia sido atacada por enxame há meio ano

Segundo mãe, quando Cristofer Yuri Silva de Melo foi atacado no início de 2024, ele teve reação alérgica, mas ficou bem. Nesta semana, menino foi picado no pescoço e chegou morto ao hospital.
17 de outubro de 2024 às 10:06
(Foto: Cedida pela família)

Cristofer Yuri Silva de Melo, menino de 6 anos de idade que morreu após levar uma picada de abelha no sítio do avô em Sengés, nos Campos Gerais do Paraná, foi atacado por um enxame há aproximadamente seis meses – e, naquele caso, sobreviveu.

A mãe dele, Tania Grazy, conta que no início deste ano ele levou picadas de cerca de 10 abelhas pelo corpo, mas tomou um antialérgico e ficou bem, apenas com um inchaço temporário característico de alergia.

Segundo ela, a equipe médica que atendeu o menino desta vez explicou que a situação se agravou para óbito porque, apesar de única, a picada foi no pescoço; ou seja, o ferrão foi direto para a corrente sanguínea.

Cristofer morreu na segunda-feira (14). Ele chegou a ser socorrido com vida, mas faleceu no Hospital Municipal Carolina Lupion, da cidade vizinha de Jaguariaíva.

Segundo informações do hospital, o menino sofreu um choque anafilático; ou seja, uma reação alérgica grave. Na sequência, ele teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.

Tania conta que Cristofer e a família estavam passeando no sítio do avô para comemorar o Dia das Crianças, e os parentes não sabiam que ele tinha uma alergia tão forte a abelhas.

A mãe relata que a criança estava na cozinha quando foi atacada. Os familiares, então, tiraram o ferrão e passaram álcool no local da picada, mas logo depois Cristofer começou a ficar arroxeado.

A propriedade fica na área rural de Sengés. Segundo Tania, a família primeiro procurou o posto de saúde da localidade, mas o local estava sem médico e antialérgicos. O g1 questionou a prefeitura municipal sobre o assunto e aguarda resposta.

De acordo com a mãe, o hospital mais próximo era o de Jaguariaíva, a cerca de 50 km do sítio, e sem área no celular, familiares decidiram levar o menino ao local. Quando conseguiram completar ligações, acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que por sua vez pediu apoio ao Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate).

Os socorristas encontraram a família no caminho e perceberam que a criança estava em parada cardiorrespiratória. Segundo o hospital, a partir do momento que a instituição foi avisada que o menino estava a caminho, levou cerca de 40 minutos para eles chegarem ao hospital.

A equipe também disse que Cristofer já chegou morto ao hospital e a equipe tentou reanimá-lo por cerca de 40 minutos, mas ele não resistiu.

Cristofer foi velado na Capela Iara Marquês Dib, em Sengés, e sepultado na manhã de terça-feira (5) no Cemitério Municipal.

Menino de 6 anos morre depois de ser picado por abelha

Cuidados com abelhas

O Corpo de Bombeiros destaca que o calor e a florada da primavera influenciam no surgimento de enxames itinerantes e aumento do número de abelhas nas colmeias.

A alta temperatura também deixa as abelhas, vespas ou marimbondos mais agitados e agressivos, e nesta época do ano é recorrente o aumento do número de ataques.

Para evitar problemas, o Corpo de Bombeiros do Paraná recomenda:

  • Evite movimentos bruscos e excessivos próximos a colmeias;
  • Não grite, pois as abelhas são atraídas por ruídos, principalmente os agudos;
  • Evite operar qualquer máquina barulhenta próximo a colmeias. Examine a área de trabalho antes de usar equipamentos motorizados;
  • Ensine as crianças a se precaver e não matar as abelhas, vespas ou marimbondos;
  • Se for atacado, proteja o pescoço e o rosto das picadas, com a ajuda de uma camisa ou outra vestimenta. Se a ferroada ocorrer na cabeça e/ou pescoço, procure imediatamente auxílio médico;
  • Pessoas alérgicas a picada de insetos devem evitar caminhadas em áreas de mata, pois para quem é sensível à peçonha, apenas uma picada pode ser suficiente para gerar um choque anafilático;
  • Caso seja alérgico a picadas, pergunte ao seu médico o que fazer;
  • Caso alguém seja picado, é importante que faça a remoção imediata dos ferrões, pois eles continuam liberando peçonha gradativamente. A sua retirada interrompe esse processo;
  • Afaste os animais domésticos do enxame porque qualquer barulho pode irritar o enxame e desencadear o ataque;
  • Após a picada, a abelha perde seu ferrão e a bolsa de peçonha e morre. Contudo, o mesmo não se aplica às vespas e marimbondos. Após picar eles estão prontos para atacar novamente;
  • Em casos de formação de colmeias em residências, o proprietário deve acionar um apicultor especializado para a remoção do foco. Nos casos mais críticos, acionar o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.

Fonte: g1