Psicólogo filmado beijando paciente à força em Ponta Grossa é denunciado por estupro de vulnerável e ato obsceno, diz MP
O psicólogo Alex Sandro de Lourenço, de 47 anos, preso depois de ser filmado beijando à força uma paciente durante uma consulta em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, foi denunciado nesta quinta-feira (3) por estupro de vulnerável e ato obsceno pelo Ministério Público.
O profissional foi detido no dia 25 de setembro, mesma data da sessão com a vítima. De acordo com o inquérito da Polícia Civil, ela saiu da clínica alterada e foi amparada foi pessoas que moram na frente do consultório e chamaram a polícia.
A mulher que estava sendo atendida por Lourenço relatou que, no meio da sessão, ele perguntou se poderia abraçá-la, a jogou contra uma parede e a beijou à força
Vizinhos que conseguiam ver o interior da clínica entregaram aos policiais vídeos do psicólogo “praticando atos libidinosos com outras mulheres, possivelmente pacientes, em seu consultório, em cuja janela não havia sequer uma cortina”, diz o MP na denúncia.
Em nota, a defesa dele disse que “se opõe absolutamente a tipificação da conduta da forma realizada pelo promotor. Não há elementos nos autos e isto será claramente demonstrado”.
Sobre as imagens que flagraram o crime, como aponta a polícia, a defesa considerou que “as imagens foram captadas de forma absolutamente ilegal, em clara violação de domicílio por parte do autor das filmagens”.
Conforme o MP, o psicólogo foi denunciado por estupro de vulnerável por ter cometido o ato contra uma paciente que tem Transtorno Dissociativo de Identidade e Transtorno de Ansiedade Social.
Segundo o Código Penal, o crime se refere à prática de atos libidinosos ou conjunção carnal contra pessoa com menos de 14 anos ou que não consegue consentir e/ou oferecer resistência em razão de deficiência ou enfermidade, ou ainda por conta de fatores como uso de medicamentos, álcool ou similares.
Outras vítimas
Em entrevista à RPC, uma mulher de 27 anos afirmou ter sido vítima do psicólogo em 2021. Sem querer se identificar, ela procurou a delegacia para prestar depoimento após a prisão de Lourenço.
“Ele é extremamente manipulador, porque até tem conhecimento nessa parte psicológica. Então ele acaba induzindo e manipulando completamente a situação”, disse ela, em entrevista.
A jovem contou que, durante o tratamento, percebeu que o psicólogo induzia as conversas nas sessões para um cunho sexual e começou a procurá-la fora do horário das consultas, enviando mensagens em finais de semana.
“Eu já comecei a me sentir um pouco culpada, no sentido de ‘será que eu instiguei ele de alguma maneira, pra ele achar que tem liberdade de me ligar e entrar em contato comigo fora das sessões? […] A mulher ela acaba se sentindo culpada, a gente duvida da gente mesmo”, disse.
Fonte: g1