Correio dos Campos

Justiça proíbe BlaBlaCar de oferecer caronas no Paraná

BlaBlaCar fica impedida também de divulgar ou oferecer os serviços por quaisquer meios. Caso descumpra a liminar, empresa deverá pagar multa diária de R$ 50 mil.
19 de dezembro de 2024 às 19:09
(Foto: Reprodução)

O Tribunal de Justiça do Paraná emitiu uma liminar que proíbe temporariamente o aplicativo BlaBlaCar de oferecer caronas com origem ou destino no estado. A empresa afirmou que vai recorrer da decisão.

O BlaBlaCar é um aplicativo de caronas que conecta motoristas com lugares vazios a passageiros que desejam viajar para o mesmo lugar. As partes compartilham os custos da viagem, como combustível e pedágios.

A liminar atende a um pedido da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados do Paraná e Santa Catarina (Fepasc) e pelo Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário Intermunicipal do Estado do Paraná (Rodopar).

Segundo a juíza Carolina Delduque Sennes Basso, responsável pela decisão, muitos dos motoristas que oferecem caronas via aplicativo estão realizando o transporte de passageiros entre destinos pré-definidos como uma atividade profissional.

“O aplicativo Blablacar, aparentemente, sob o pretexto de intermediar ‘caronas’, está a fomentar a prática de transporte coletivo intermunicipal de passageiros”, diz a decisão.

Com a decisão, a BlaBlaCar fica impedida também de ofertar os serviços, divulgá-los ou oferecê-los por quaisquer meios. Caso descumpra a liminar, a empresa deverá pagar multa diária de R$ 50 mil.

Além disso, a Justiça determina que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a Agência Reguladora do Paraná (Agepar) e o Governo do Paraná façam fiscalizações para impedir a atuação irregular e a realização de viagens do aplicativo.

O que diz a BlaBlaCar

Segundo a empresa, a decisão contradiz precedentes estabelecidos por outros tribunais estaduais, como o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), que, em casos semelhantes, reconheceram a legalidade da BlaBlaCar e da atividade de carona realizada pelos usuários do aplicativo.

A BlaBlaCar reforçou também que o propósito do aplicativo é realizar caronas solidárias e considerou “equivocada” a comparação da modalidade ao transporte remunerado de passageiros, feita pela decisão.

A empresa destaca que a atividade é respaldada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que distingue as caronas oferecidas pelo aplicativo dos serviços de transporte comercial de passageiros realizados com finalidade lucrativa.

“O STJ rejeitou firmemente a comparação entre a carona e os serviços de transporte comercial de passageiros, ressaltando que o modelo da BlaBlaCar é fundamentado no compartilhamento de custos de viagem e gera importantes benefícios ambientais”, defende a empresa.

Fonte: g1