Correio dos Campos

Dentista de PG é condenado a 4 anos de prisão por enganar pacientes para tentar vender tratamento de até R$ 37 mil

Crimes foram em 2017, em Ponta Grossa; em um deles vítima vendeu carro para pagar tratamento. Defesa afirmou que condenação foi injusta e que recorreu da decisão.
31 de agosto de 2022 às 15:08
(Foto: Reprodução)

Um dentista de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, foi condenado a quatro anos, um mês e 25 dias de prisão em regime semiaberto por enganar pacientes para tentar vender um tratamento de até R$ 37 mil. No processo, foram considerados seis casos, sendo que em cinco as vítimas não realizaram o pagamento.

Ele foi considerado culpado por crime contra as relações de consumo.

Conforme sentença, Murilo Postiglioni Neme alegava que os pacientes tinham uma bactéria agressiva na boca que precisava ser combatida imediatamente, sob risco da doença evoluir até um câncer.

Em um dos casos, de acordo com o documento, a vítima recebeu o diagnóstico com o alerta de que o tratamento precisava ser feito sob risco de morte em 24 horas. O custo era de R$ 31.640.

A mulher chegou a vender o carro para dar uma entrada, à vista, de R$ 15 mil. O restante do valor seria feito em 25 prestações de R$ 665.

Por nota, a defesa do dentista afirmou que a condenação é injusta e que recorreu ao Tribunal de Justiça do Paraná por “falta de base científica e inexistência de perícia oficial para a condenação”.

Cinco tentativas sem êxito

Ainda de acordo com a sentença, das seis vítimas, cinco não deram início ao tratamento e fizeram a denúncia. Em alguns casos, elas alegaram não possuir condição financeira para arcar com os custos.

Todos os casos foram registrados no ano de 2017. O preço do tratamento variava de paciente para paciente, com o menor custo apresentado de R$ 17 mil.

Em outra situação, o documento mostra que o dentista entrou em vias de fato com o advogado de uma mulher que suspeitou do diagnóstico e a acompanhou durante uma consulta.

Uma outra vítima, uma mulher, negou o tratamento após buscar uma segunda opinião profissional.

Fonte: G1