Correio dos Campos

CimSaúde participa de debate pela qualidade do pré-natal

13 de abril de 2022 às 09:06
(Foto: Divulgação)

COM ASSESSORIAS – A Linha de Cuidado Materno-Infantil foi tema de debates na manhã desta terça-feira durante encontro na faculdade Unicesumar. Formado por secretários de saúde, integrantes da 3ª Regional, Consórcio Intermunicipal de Saúde dos Campos Gerais (CimSaúde) e equipes técnicas dos municípios e ambulatórios de média e alta complexidade, o Grupo Condutor da Rede retomou as ações presenciais neste ano, apontando falhas e indicando as suas soluções. “O Consórcio atua fortemente com a Linha de Cuidado Materno-Infantil. Recebemos as gestantes de médio e alto risco e as acompanhamos até os primeiros meses do nascimento das crianças”, explica a diretora, Pâmella Costa.

Os debates iniciaram com informações sobre a estratificação de risco que acontece na Atenção Básica de Saúde, quando as gestantes devem ser encaminhadas para a Atenção Secundária. “A revisão e a atualização dos critérios para estratificação de risco das gestantes deve ser constante”, avalia Pâmella. Para isso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vem realizando capacitações nos municípios, desde o último ano.

Além das capacitações, os atores irão contar com um sistema de informações no qual constará todas as informações para a estratificação, e de cada gestante. “Com o sistema de informações teremos dados para verificar se a oferta e a demanda estão compatíveis”, esclarece a diretora do Consórcio, citando a resolutividade em todos os níveis de atenção. “Precisamos de oferta suficiente nos ambulatórios, para garantia das consultas, e também nos leitos nos Hospitais de Referência”, fala.

Este sistema, conforme Pâmella, será preenchido na Atenção Primária, mas refletirá diretamente nos trabalhos da Atenção Secundária e Terciária. “Poderemos acompanhar o número de gestantes logo no início para prever a oferta destes serviços”, explica

Riscos

Conforme a enfermeira da 3ª Regional de Saúde, Adriana Crivoi, além dos critérios usuais para a estratificação, como pressão ou diabetes, por exemplo, a Atenção Básica deve atentar-se sobre outros fatores, como a presença de sífilis nas gestantes. “A testagem, tanto da gestante quanto do parceiro, é essencial. Pois estamos com altos números de gestantes com sífilis, e crianças com sífilis congênita”, destaca, ressaltando a importância do uso do preservativo também durante a gestação.

Durante a apresentação, a 3ª Regional citou ainda os números preocupantes de óbitos maternos, infantil e fetal. Os doze municípios que fazem parte da Regional registraram 90 óbitos fetais, 79 infantis e 18 maternos, em 2021. “Vale ressaltar que dos 90 fetais apontados, 18 poderiam ter sido evitados, somente com a melhoria dos cuidados durante o pré-natal”, aponta Pâmella, destacando a importância da qualificação do pré-natal para minimizar estes índices. Dos óbitos maternos, dez foram em decorrência do Covid-19.

Para a diretora do Consórcio, a assistência à gestante deve ser vista em sua totalidade. “Temos que melhorar como um todo a qualidade na assistência às gestantes, tanto pela atenção primária, quanto na especialidade, até chegar ao parto de referência”, cita, destacando a resolutividade no pré-natal, com um atendimento inicial muito bem realizado. “A intenção é minimizar as intercorrências obstétricas que são possíveis de intervenção”, finaliza.