Correio dos Campos

‘Não pude abraçar meus pais’, diz filha de casal que morreu de Covid-19 com 12 horas de diferença, em Ponta Grossa

Angela Catarina Carvalho, 52 anos, e o marido dela, José Carvalho, 57 anos, chegaram a ser internados, mas não resistiram. Filha do casal alerta que a situação da pandemia na cidade é preocupante.
17 de março de 2021 às 18:48
Casal morreu com 12 horas de diferença. (Foto: Reprodução/RPC Ponta Grossa)

A Covid-19, que já interrompeu mais de 14 mil vidas no Paraná, devastou uma família em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, com a perda de um casal, que tinha quatro filhos. Marido e esposa morreram em uma diferença de 12 horas um do outro, por complicações da doença.

Ponta Grossa teve, nesta quarta-feira (17), 165 novos casos confirmados de Covid-19, chegando aos 25.147 diagnósticos, e 512 mortes, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. No Paraná, são 769.966 diagnósticos e 14.087 óbitos, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).

Angela Catarina Carvalho tinha 52 anos, e o marido dela, José Carvalho, 57 anos. Ela estava internada no Hospital Regional e ele na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

A filha do casal, Ana Paula Carvalho de Oliveira, contou que a última vez que viu a mãe foi no carro, indo procurar atendimento.

“Ela já estava muito ruim, respirando profundo. Eu não pude dar um abraço. Só dei tchau para ela, porque, como eu trabalho com idoso, não podia ter contato com ela”, lamentou.

Pouco tempo depois de a mãe ser internada, o pai de Ana Paula também precisou de atendimento.

“Também não pude abraçar meu pai”, disse a filha.

Segundo Ana Paula, nas vezes em que procurou informações sobre os pais nos locais de atendimento, ela se assustou com a quantidade de pessoas doentes.

“Vi muita gente, está muito feia a situação. E não é só gente velha, tinha muitas pessoas novas mesmo. A gente vê muitas pessoas novas passando mal”.

Ao relembrar o que passou com a história da família, Ana Paula alertou que a situação diante da Covid-19 é grave. “As pessoas estão brincando, mas essa doença mata e infelizmente vai chegar uma hora que os profissionais vão ter que escolher quem vive e quem morre”.

Fonte: G1