Correio dos Campos

Filhos continuam procura pelo pai desaparecido desde 2011 e que foi visto pela última vez em Piraí

8 de janeiro de 2021 às 19:41
(Fotos: Arquivo de Família)

DA REDAÇÃO – Daiane Caroline de Andrade tinha 21 anos e o irmão, Gustavo Henrique de Andrade, apenas 11, quando tiveram o último contato com o pai, em 2011. Desde então, a época de Natal daquele ano transformaria definitivamente a história da família em um misto de apreensão, medo e esperança que acompanham o casal de irmãos que até hoje seguem pedindo a Deus, se da sua vontade for, para que encontrem o pai vivo e bem.

E é exatamente dessa esperança que Daiane e Gustavo reúnem forças para continuarem buscando informações que possam desvendar o desaparecimento do pai, Sérgio Ricardo de Andrade. Pelas redes sociais, os irmãos se revezam na tarefa de relatar a história familiar que você confere abaixo.

O Natal de 2011

Sérgio era morador da cidade de Araucária, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná, quando nos dias que antecediam o Natal daquele ano ele partiu com a esposa da época, madrasta do casal de irmãos, para passar a data com a família dela em São Paulo.

No dia 23 de dezembro, Sérgio ligou para o filho Gustavo Henrique dizendo que voltaria para Araucária, a pedido de sua mãe (avó de Daiane e Gustavo), já que ela o havia avisado que iria de Guarapuava, onde morava, para passar o Natal com ele e com o casal de irmãos.

Ao receber a notícia do irmão, Daiane ligou para o pai logo em seguida, mas já não conseguiu mais contatá-lo. Um pouco antes disso Sérgio havia dito a Gustavo que a bateria de seu celular estaria acabando. Aquele foi o último contato do pai com o filho.

No dia 25 os irmãos foram até a casa do pai. Como ele não estava, novas tentativas de contato foram feitas, porém, todas sem sucesso.

Sem pensar no pior, Daiane e Gustavo somente perceberam que algo de muito estranho estava acontecendo quando um primo deles, em 28 de dezembro, voltou a perguntar se eles já tinham notícias sobre o pai. Foi nesse dia que a família descobriu o que havia acontecido.

Surto psicótico

Sérgio viajava para Curitiba a bordo de um ônibus da empresa Princesa dos Campos quando começou a ter um surto psicótico.

Depois de assustar os outros passageiros com o seu comportamento – ele falava sozinho, de forma desconexa -, o motorista do coletivo parou num dos Postos de Serviços Avançados da CCR Rodonorte da PR 151, próximo a Piraí do Sul, de onde o pai foi encaminhado para o Hospital Municipal Santo Antônio.

Já na casa hospitalar piraiense, o surto psicótico de Sérgio foi atestado pela equipe médica. Os profissionais de saúde relataram à família que ele falava com objetos e demonstrava bastante agressividade.

Na oportunidade, o quadro clínico de Sérgio foi repassado pela equipe do hospital para a esposa que permaneceu em São Paulo. Durante o contato, feito por telefone, foi solicitado que ela buscasse o marido na unidade, o que só foi possível no dia seguinte em virtude da ausência de passagens entre a capital paulista e Piraí do Sul.

Desaparecimento

Quando a madrasta de Daiane e Gustavo chegou ao hospital, o marido já não estava mais lá. Ao ser informada que não existia prontuário médico e que Sérgio não estava no local, a mulher pediu filmagens do hospital que mostraram ele deixando a unidade com alguém que parecia ser um guarda ou segurança.

Ainda no hospital, a esposa de Sérgio foi informada por uma funcionária que o marido estava sim na unidade e que ela o havia visto saindo dali com uma mochila nas costas. Depois disso a família descobriu que ele entrou numa das casas vizinhas do hospital, onde morava apenas uma mulher. Assustada com o comportamento de Sérgio, ainda bastante desnorteado, ela chamou a polícia.

O policial militar que foi até a casa desta senhora foi identificado. Ele contou para os filhos que apenas retirou Sérgio da casa e o soltou na rua, logo em seguida. Como um chinelo do marido foi encontrado próximo a casa invadida, a madrasta acreditou que se tratava mesmo de Sérgio. Depois disso a família nunca mais teve notícias dele.

A angústia pela incerteza

Daiane contou ao Correio dos Campos sobre o episódio, falando da angústia familiar e sobre a esperança de encontrar o pai.

“No começo a gente imaginou muita coisa, das piores possíveis. Sempre tivemos esperança e pedimos a Deus que se ele estiver vivo que esteja bem, até porque não sabemos se ele desapareceu por estar doente ou se decidiu ir pra longe, quem sabe recomeçando com uma vida nova em outro lugar. Por outro lado, a angústia nos cerca por não sabermos se fizeram algum mal pra ele. A gente só queria que ele aparecesse e pelo menos dissesse que está vivo e que está bem, ou ainda descobrirmos o que houve de verdade para que alguém possa ser responsabilizado se foi feito algo de ruim pra ele”, disse.

Características

Sérgio Ricardo de Andrade nasceu em 12 de maio de 1971. Em 2020 ele teria 49 anos. É natural de Curitiba, mas teve como última residência a cidade de Araucária.

Filho de Maria Aparecida de Andrade e Waldemar de Andrade, ele sempre foi magro, com cabelos castanhos, olhos cor de mel, 1,70 de altura, lábios grandes e duas tatuagens, uma em cada braço (em um deles, tem o desenho de uma mulher com a sigla SGM, enquanto no outro tatuou uma índia).

Contatos

Qualquer informação sobre o caso poderá ser repassada diretamente para a Polícia Militar, através do 190, ou ainda para a filha Daiane, da seguinte forma:

Por telefone: (41) 9 9836-8669;

Por e-mail: [email protected]

 

Por Pedro Dalcol Filho