Correio dos Campos

Técnicos confirmam caso de raiva bovina na zona rural de Piraí do Sul

Doença que pode ser fatal e é causada por um vírus que ataca o sistema nervoso pode atingir animais mamíferos e também seres humanos
4 de julho de 2019 às 21:36
(Toninho Anhaia)

REDAÇÃO/Correio dos Campos – Técnicos da secretaria municipal de agricultura de Piraí do Sul confirmaram na última semana de junho a existência de um caso positivo de raiva bovina na zona rural da cidade. De acordo com a equipe, a situação foi identificada no bairro Campina do Butiá, numa região que fica próxima a Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana, local que concentra várias fendas onde se abrigam os morcegos hematófagos, principais transmissores da doença para os animais de criação.

Segundo a veterinária da secretaria de agricultura, Lorena Sguário Cobbe, a raiva é uma doença bastante grave e que pode ser até fatal. A profissional explica que a moléstia, causada por um vírus, ataca o sistema nervoso e pode acometer todos os animais mamíferos e também seres humanos.

Em entrevista concedida ao jornalista Toninho Anhaia, Lorena esclareceu que a raiva é transmitida através da mordedura, arranhadura ou lambedura de um animal contaminado com o vírus da doença. “Nos animais de criação, tomando como exemplo os bovídeos, equídeos, caprinos, ovinos e suínos, a principal forma de transmissão é pela mordedura dos morcegos hematófagos, os quais se alimentam exclusivamente de sangue”.

Sobre os cuidados que os produtores devem adotar diante da confirmação do caso da doença, a veterinária orienta que qualquer suspeita de raiva nos animais, ou ainda informações que possibilitem a identificação de locais que possam concentrar abrigos desses morcegos devem ser imediatamente comunicadas às secretarias municipais de agricultura ou saúde.

Sintomas e controle da raiva

Lorena explica que os principais sinais clínicos da doença são o isolamento do animal do rebanho; apresentação de salivação excessiva e engasgos; andar cambaleante e queda; paralisia dos membros posteriores com movimentos de pedalagem dos membros anteriores e morte.

De acordo com a veterinária, o controle da raiva é feito através da captura de morcegos hematófagos e do uso de pasta vampiricida. “Essa captura só pode ser feita por servidores da ADAPAR, treinados e vacinados contra a doença”, comenta.

Sobre a utilização da pasta, a profissional diz que o produto é encontrado nas casas agropecuárias e que a aplicação deve acontecer ao redor das mordeduras dos morcegos nos animais atacados. A manipulação da pasta deve ser feita com o uso de luvas, preferencialmente ao entardecer.

Prevenção

A veterinária orienta a vacinação dos animais de criação a partir dos três meses de idade, com aplicação de reforço 30 dias depois da primeira dose.

Esclarecimentos

Produtores que tenham dúvida sobre o tema podem entrar em contato com a secretaria de agricultura, no prédio do antigo Gralha Azul (Rua 15 de Novembro), ou ainda pelo telefone (42) 3237-1150.