Correio dos Campos

Polícia prende mais um suspeito da tentativa de mega-assalto em Guarapuava: relembre a noite em que criminosos sitiaram a cidade

Crime aconteceu em abril de 2022 e foi feito no modelo 'novo cangaço', com ataque simultâneo ao batalhão da PM. Heberson de Macedo Martins foi preso nesta quinta-feira (18), em São Paulo. g1 tenta identificar defesa do suspeito.
18 de abril de 2024 às 15:26
(Foto: Reprodução)

A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (18) mais um suspeito de participar da tentativa de mega-assalto que aconteceu há exatos dois anos em Guarapuava, na região central do Paraná.

Na época, mais de 30 criminosos fortemente armados tentaram assaltar uma empresa de transporte de valores com um ataque executado no modelo conhecido como “novo cangaço”; ao mesmo tempo, eles atacaram a sede do 16º Batalhão de Polícia Militar.

Heberson de Macedo Martins, popularmente conhecido como “Gordão”, estava foragido e foi detido em Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, e encaminhado ao sistema penitenciário.

De acordo com a Polícia Civil do Paraná, ele possui registros anteriores por furto de veículo e posse de arma de fogo.

O homem foi capturado em cumprimento ao mandado de prisão expedido pela 2ª Vara Criminal de Guarapuava e também autuado em flagrante por tráfico de drogas.

Isso porque, com ele, de acordo com a polícia, foram encontradas oito porções de dry, droga derivada da maconha. Também foram apreendidos três telefones celulares danificados,

O g1 tenta identificar a defesa dele.

O que é “novo cangaço”?

“Novo cangaço” é a modalidade criminosa que assusta a população pela violência empregada. O termo faz alusão ao histórico bando de Lampião, que levava o medo a cidades do sertão nordestino em meados dos anos de 1930.

Os ataques se baseiam em ações com grupos criminosos que costumam atacar cidades pequenas, para dificultar a rápida ação de policiais.

Os bandidos costumam usam armas de grosso calibre (em sua maioria fuzis, submetralhadoras e pistolas), coletes balísticos e grande quantidade de munições e explosivos.

Relembre o que aconteceu na noite em que Guarapuava foi sitiada

Mais de 30 criminosos armados tentaram assaltar uma empresa de transporte de valores em Guarapuava entre a noite do domingo de 17 de abril e a madrugada de segunda-feira (18 de abril de 2022), segundo a Polícia Militar (PM). Um policial morreu e outro ficou ferido.

De acordo com relato de testemunhas, os assaltantes fizeram moradores reféns e fecharam os acessos da cidade. Cinco veículos blindados foram usados na ação, segundo a polícia.

Nas imagens é possível ver pelo menos três homens de mãos dadas em uma rua que fica na região da empresa de transporte de valores, no bairro dos Estados.

Imagens de segurança obtidas com exclusividade pela RPC, indicam que o grupo criminoso ficou por uma hora e meia em frente à transportadora.

O registro também mostra que viaturas da polícia aparecem na região à 0h45, quase uma hora após a saída dos suspeitos.

De acordo com o delegado Rubens Miranda, responsável pela investigação do ataque, vigilantes da empresa de transporte de valores trocaram tiros com os criminosos.

Simultaneamente, em outro ponto da cidade, em frente ao batalhão da Polícia Militar, os criminosos colocaram fogo em dois veículos para dificultar a ação dos agentes de segurança.

Houve confronto que terminou com três policiais baleados, sendo que dois foram encaminhados para o hospital. O terceiro policial não ficou ferido porque a bala parou no celular do agente.

A Protege, dona da empresa de valores que foi alvo dos assaltantes, informou que os criminosos não conseguiram acessar o cofre da empresa.

Em 2023, um acusado foi absolvido e oito pessoas foram condenadas por envolvimento no crime. As penas somaram quase 400 anos de prisão.

Além desses processos, outra ação tramita na Justiça contra mais 13 réus que respondem por participação da tentativa de assalto a transportadora.

Fonte: G1