Correio dos Campos

Professor da rede estadual de ensino suspeito de assédio sexual contra alunas é solto no PR

Defesa de Sebastião Francisco Gonçalves, de 59 anos, diz que ele estava na escola, no momento da prisão, organizando atividades. Polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele que foi denunciado por 10 vítimas
11 de abril de 2024 às 14:18
(Foto: Giuliano Gomes/PR Press)

O professor de educação física da rede estadual de ensino do Paraná, Sebastião Francisco Gonçalves, de 59 anos, suspeito de assédio sexual contra alunas – de 12 a 15 anos – de escola de Santa Terezinha de Itaipu, no oeste do estado, foi solto nesta quinta-feira (11).

Ela foi preso na terça-feira (9) na escola fora do horário de trabalho, segundo a Polícia Civil. Denuncias de 10 vítimas apontam que ele oferecia dinheiro para alunas, fazia convites, por exemplo, para ir para prainha da cidade, além de massagear as estudantes, sem tocar nas partes íntimas.

“Ele levava presentes para as alunas, fora do horário escolar, na casa delas, chamava as alunas para fazerem passeios em horários não escolares, tanto que a própria escola teve que se manifestar com os pais, avisando que não tinha nenhuma ciência, quando a esses passeios”, disse o delegado Rodrigo de Souza.

A defesa de Sebastião afirmou que ele estava na escola no momento da prisão organizando atividades.

“Como o professor mesmo mencionou ele sim estava trabalhando em hora-atividade, […] é momento em que o professor realiza e organiza as suas atividades escolares”, afirmou a advogada de defesa do professor, Paula Gomes Gatine.

“Vamos continuar trabalhando para provar a inocência do nosso cliente”, disse a outra advogada de defesa de Sebastião, Sabrina Alixandre da Silva.

Para a Polícia Civil, os convites não eram de cunho sexual, ainda assim a conduta do professor se enquadra no crime de assédio por se tratar de adolescentes.

Mandado de busca e apreensão

A Polícia Civil cumpriu também nesta quinta (11) um mandado de busca e apreensão na casa do professor.

O objetivo, segundo a polícia, é recolher mais provas para comprovar a suposta prática de crime de assédio sexual contra as estudantes.

O que diz secretaria de educação

Em nota a Secretaria de Educação do Paraná afirmou que a direção da escola e o Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu protocolaram uma denúncia na Secretaria de Educação que vai seguir com os procedimentos necessários para abertura de sindicância e de outras medidas cabíveis.

A nota da secretaria diz ainda que confirmou que o professor já foi afastado das atividades e que o Ministério Público do Paraná, assim como o Conselho Tutelar acompanham o caso.

Conselho Tutelar denunciou caso

O caso foi denunciado ao Conselho Tutelar da cidade que repassou o caso à polícia. Segundo o representante do órgão, Maycon Giovane Lazzaris, foi através da denúncia das adolescentes que o caso passou a ser investigado.

“O Conselho Tutelar recebeu na semana passada denúncias de assédio sexual referente a um professor de colégio estadual. Com a denúncia, protocolamos junto a polícia Civil e pedimos ao pais para fazerem Boletim de Ocorrência”, disse o conselheiro.

O conselheiro afirmou que é necessário que os pais ouçam os filhos para auxiliar no combate a esse tipo de situação.

“Pais tenham conversas com seus filhos, escutem a demanda que eles levam a cerca do âmbito escolar, social, porque é através de denúncias que o Conselho Tutelar consegue agir”, disse Lazzaris.

Fonte: G1