Correio dos Campos

Com direito a visitas, arara faz ‘amizade’ com produtor rural no interior do Paraná

'Cabeção', como foi apelidada, se tornou visitante frequente de uma propriedade de Santa Cruz de Monte Castelo, no noroeste do estado. Ave vive livremente pela natureza.
20 de abril de 2021 às 14:35
Paulo recebe visita de uma arara quase todos os dias, no noroeste do Paraná. (Foto: Arquivo pessoal)

Quase todos os dias um produtor rural de Santa Cruz de Monte Castelo, na região noroeste do Paraná, recebe a visita de uma arara. Paulo Roberto Ferreira de Souza fez amizade com ave, que ganhou o apelido de “Cabeção”.

A arara não é criada em cativeiro e vive livremente pela natureza. Diariamente, Cabeção vai até uma cerca da propriedade rural do Paulo Roberto, que fica à espera da amiga.

O produtor rural contou que as visitas acontecem há aproximadamente cinco anos. Paulo disse ainda que a arara atende pelo apelido.

“Passava um bando pelo sítio, e uma vez falei para minha esposa que ia gritar para ver se algum chegava perto da gente. Em uma dessas chamadas, um se aproximou e sentou na lasca da cerca”, lembrou.

O produtor disse que está acostumado com a presença da arara, que ganha presentes, como frutas. Paulo disse que se sente triste quando a amiga não vem.

A família que vive no sítio tem uma ligação muito forte com os animais. Além das visitas da arara, moram no local cachorros, gatos, frangos e porcos. Todos são criados com amor.

Os bezerros criados na propriedade também se tornaram animais de estimação. A esposa do Paulo, Maria Cláudia Rodrigues, gosta de tratá-los com mamadeira. Um deles tem o costume de entrar até na casa da família.

“Eu gosto muito de tratar dos bichinhos, só pego se tiver condições de tratar”, comentou.

Relação com humanos

A arara vermelha é vista com frequência na zona rural da região noroeste do Paraná. As aves são protegidas, já que são alvos de contrabandistas.

O tenente da Polícia Ambiental do Paraná Ulisses de Deus Gomes explicou que a arara vermelha é dócil, mas a decisão de construir uma relação com o ser humano precisa partir do animal silvestre.

“Esses locais são a casa do animal. Eventualmente, o proprietário rural vai ter se encontro. Conforme a docilidade do animal, ele permite mais ou menos a proximidade humana”, afirmou.

A Polícia Ambiental orienta para que as pessoas tenham cuidado ao entrar em contato com os animais e recomenda que, na cidade, os moradores não ofereçam alimentos para os bichos.

Fonte: G1