Correio dos Campos

Grávida que estava desaparecida é encontrada morta e sem o bebê

Mulher foi localizada nesta sexta-feira em Canelinha, na Grande Florianópolis. Recém-nascida foi levada com ferimentos para o hospital, segundo delegado
28 de agosto de 2020 às 17:26
Corpo de mulher grávida que estava desaparecida foi localizado em Canelinha. (Foto: Lucas Eccel/Rádio Clube fm 88.5)

O corpo de uma mulher foi encontrado na manhã desta sexta-feira (28) em uma cerâmica desativada em Canelinha, na Grande Florianópolis. Segundo a Polícia Civil, ela estava grávida, foi morta a tijoladas e tinha cortes na barriga provocados por estilete. A suspeita é que uma amiga da vítima tenha feito uma emboscada para cometer o assassinato e ficar com a recém-nascida. Ferida, a bebê foi levada a um hospital pelo marido da suspeita. Ambos foram presos.

O delegado Paulo Alexandre Freisleben da Silva disse que a mulher confessou o crime e que ele foi premeditado. Ele informou que não iria divulgar o nome da mulher e do marido por causa da Lei de Abuso de Autoridade. Até as 16h, nenhum advogado havia se apresentado para fazer a defesa dela.

A bebê foi internada no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Segundo uma amiga da vítima informou ao G1 SC, o nascimento da menina estava previsto para 22 de setembro.

Como aconteceu o crime

A vítima estava desaparecida desde a tarde de quinta-feira (27). Segundo o delegado Paulo Freisleben da Silva, ela teria sido levada até o local do crime por uma amiga.

“Ela [suspeita] disse que estava grávida e teria perdido a criança há dois ou três meses, mas não comunicou aos familiares, inclusive nem teria falado para o marido, que estaria muito empolgado com a gravidez dela. Ela disse que iria fazer um chá de bebê e convidou a vítima para participar”, explicou Silva.

No entanto, a amiga acabou levando a vítima até a cerâmica desativada e a atingiu com tijoladas na cabeça. “Depois, com um estilete cortou a barriga dela para tirar o bebê. A ideia dela era matar a mulher e ficar com a criança”, disse o delegado.

O estilete foi encontrado no local do crime. O corpo da vítima foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) em Balneário Camboriú, no Litoral Norte. Ainda não há previsão do laudo com as causas da morte, de acordo com o órgão.

Internações da suspeita e da bebê

Ainda de acordo delegado, a suspeita foi ao Hospital e Maternidade Maria Sartori Bastiani, em Canelinha, onde disse que havia tido um parto. A unidade de saúde não informou mais detalhes do caso, mas disse que médicos e funcionários vão prestar depoimentos durante esta tarde em Tijucas.

O delegado afirmou que foi o companheiro da suspeita que acabou levando a recém-nascida até o Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Na noite de quinta-feira, a Polícia Militar foi chamada pela equipe médica, que desconfiou dos cortes profundos no corpo da bebê. A Secretaria de Saúde Estadual informou que recebeu a paciente e não está autorizada a divulgar outras informações.

De acordo com a Polícia Civil, o companheiro da suspeita foi detido na unidade de saúde. Durante os primeiros esclarecimentos ao delegado, afirmou que não teria participado do crime.

Desaparecimento

A vítima estava grávida de 38 semanas e era diabética, informou a Prefeitura de Canelinha. Ela é pedagoga e já trabalhou como professora temporária. Neste ano, ela estava trabalhando em uma loja. Por estar no grupo de risco do coronavírus, estava afastada do trabalho presencial.

Na quinta-feira (27), ela saiu de casa a pé para ir em a chá de bebê surpresa, segundo Jeisiane Benevenute, amiga da vítima desde a infância e escolhida para ser madrinha da bebê junto com outro casal.

Sem ter notícias da amiga até a noite de quinta, Jeisiane e a família fizeram postagens em redes sociais informando o desaparecimento. Pela manhã, amigos e familiares souberam que o corpo foi encontrado.

“A família viu ela morta. Agora me acalmei, mas hoje de manhã quando eu soube da morte, desabei”, disse.

Fonte: G1