Correio dos Campos

Mãe de Layane critica sentença dada a jovem e pede júri popular: “14 anos é muito pouco”

Layane da Silva, de 19 anos, foi encontrada morta em uma chácara de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba
23 de julho de 2020 às 09:10
Miguel e Layane (Reprodução)

A mãe de Layane Czervinski da Silva, Inês da Silva, criticou a sentença concedida a Miguel Ângelo Duarte, em entrevista à Banda B nesta quarta-feira (22), e defendeu que o caso seja levado à júri popular. O autor do crime, que matou a jovem, foi condenado pela Justiça de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, a 14 anos e 10 meses de prisão por estupro seguido de morte e ocultação de cadáver.

Inês, indignada, disse que essa condenação está errada e que antes mesmo de completá-la, Duarte estará solto. “Isso tá errado, 14 anos é muito pouco. Olha a decepção e tudo que ele fez com minha filha. Ele tem que ir à júri popular e a população é quem deve decidir por ele. Daqui 8 ou 9 anos, ele já estará nas ruas”, afirmou.

Além de cobrar explicações e dizer que não vai desistir de ver Duarte preso por mais tempo, a mãe ainda ressaltou que o autor condenou sua filha à morte.

Já o advogado do acusado, José Valdeci de Paula, também esperava que o caso fosse ao Tribunal do Júri e destacou que vai avaliar se recorrerá. “Quando a magistrada deu sua sentença, ela entendeu que houve estupro e ocultação de cadáver – dando uma pena de 14 anos -, mas o que a defesa questiona, e vai aguardar o tempo apropriado para ver se recorre ou não, é em relação ao estupro, tendo em vista que ele nega isso”, explicou.

No entanto, para o advogado da família de Layane e assistente de acusação, Mark Stanley, a pena é muito baixa tendo em vista o crime que ele cometeu. “A família de Layanne também não ficou satisfeita. Era um caso de júri popular, homicídio qualificado com o crime conexo de estupro. Recorreremos da sentença para o Tribunal de Justiça desclassificar o delito e declinar competência ao Tribunal do Júri. A sociedade de São José dos Pinhais é quem deve decidir o destino de Miguel. Temos certeza que no Tribunal do Júri, a pena será muito mais severa”.

A decisão partiu da juíza Carolina Maia Almeida. O caso não foi a júri pelo fato de a Justiça considerar que Miguel não teve a intenção de matar Layane, mas que a morte foi resultado do estupro.

Crime

O corpo de Layane foi encontrado em 20 de janeiro deste ano em uma chácara localizada na Av. Rui Rui Barbosa, em São José dos Pinhais. A jovem estava nua da cintura para baixo e com sinais de violência e queimaduras. Miguel foi identificado graças a mensagens encontradas no celular da mãe da vítima, Inês. Como a jovem estava com o celular quebrado, usou esse aparelho para trocar mensagens com o rapaz. Ele acabou preso pela Polícia Civil algumas horas depois, e confessou o crime.

Fonte: Banda B