Correio dos Campos

Músico da Banda Lyra emociona ao tocar trombone em alta de UTI após contrair covid-19

21 de junho de 2020 às 08:41
(foto divulgação)

BANDA B – O músico Zaqueo Rodrigues, 47 anos, emocionou funcionários e familiares ao promover uma performance improvisada nos corredores do Hospital do Trabalhador. Ele recebeu alta da Unidade de Terapia intensiva (UTI) nesta sexta-feira (19) após um mês de internamento. Zaqueo é um dos integrantes da Banda Lyra, que faz a animação musical dos principais eventos públicos de Curitiba, e teve complicações ao se infectar com a covid-19. Mesmo debilitado, ele conseguiu tocar seu instrumento, um trombone de vara, e surpreendeu.

O músico não sofre com nenhuma doença preexistente e, mesmo assim, passou longos dias internado. A filha Jesy Rodrigues, 24 anos, em entrevista à Banda B, lembra de dias tristes e angustiantes, que começam há cerca de dois meses. “Quem pegou primeiro foi meu irmão Gabriel, no início de maio. Ele também ficou internado e em coma por 22 dias. Meu pai pegou dele e precisou de internamento no dia 20 de maio. No começo foi muito difícil, ficamos em casa apenas eu e minha mãe, mas nossos familiares, irmãos da igreja nos apoiaram bastante”, contou a jovem.

O filho de Zaqueo, Gabriel Rodrigues, permaneceu 39 dias internado, 22 dias em coma e teve uma parada cardíaca. Ele está em casa desde segunda-feira (15). Gabriel é portador de uma síndrome chamada rupinol, que compromete a função dos pulmões.

Alta
A filha contou que a médica do Hospital do Trabalhador entrou em contato com a família um dia antes para avisar sobre a transferência de Zaqueo para o quarto. “Era uma surpresa, ela disse que a gente poderia levar apenas uma pessoa do trabalho dele para tocar, e era para a gente levar o instrumento dele para tirar foto, era algo mais simbólico porque ele está fragilizado, ainda. Mas, ele conseguiu tocar, surpreendeu todo mundo ali”, comemorou a Jesy.

A música escolhida por Zaqueo e o amigo é gospel, já que ele também faz parte de um grupo musical de uma igreja evangélica que a família frequenta. “Foi uma emoção muito forte porque fazia muito tempo que a gente não via ele, o encontro dele com o Gabriel, também, porque quando ele foi internado, o Gabriel ainda estava entubado na UTI”, detalhou.

Ainda não há uma data exata para que o músico termine o tratamento em casa, mas a família já pode comemorar a recuperação. “Não desejo para ninguém o sentimento ruim que dá quando o telefone toca e você espera que pode ser uma notícia ruim sobre seu irmão, seu pai. Agora, só esperamos que ele volte para casa”, completa Jesy.

Contágio
Jesy e o irmão trabalham em uma mesma empresa, voltaram de férias no fim de abril e logo depois houve a confirmação do diagnóstico pela covid-19 de Gabriel. “Ficamos em casa, voltamos a trabalhar, andamos de ônibus dois dias apenas, outros fomos de carro. Temos certeza que foi em algum trajeto”, acredita Jesy.