Correio dos Campos

Jovem denuncia motorista de aplicativo por estupro

Percurso que deveria levar meia hora durou mais de cinco horas. Empresa diz que baniu motorista.
29 de fevereiro de 2020 às 21:07
Foto: arquivo

Uma estudante de 20 anos denunciou um motorista de aplicativo por estupro durante uma corrida em São Paulo. A ação teria acontecido na última quarta-feira (19), por volta das 4h.

A estudante conta que estava em um bar em Pinheiros, na Zona Oeste, quando pediu um carro de aplicativo para voltar para casa. Ela diz que estava alcoolizada e se lembra pouco do que aconteceu.

“O único flash que eu lembro é a gente passando na Consolação com o carro em movimento e depois o outro flash que eu tenho é o moço saindo do carro e indo no banco de trás comigo e ele estava com as calças abaixadas. Esse é o único flash que eu lembro”, disse a jovem.

Segundo a vítima, ela percebeu que algo de estranho havia acontecido quando acordou em casa por volta das 14h e viu o preço e o tempo da corrida no aplicativo. O trajeto, que leva no máximo meia hora, durou 336 minutos, ou seja, mais de 5 horas e custou R$ 109. Ela também conta que sentia dores na região genital.

“Eu nunca tive nenhum medo. Eu sempre achei que fosse muito seguro, ainda mais pelo moço ter 5 estrelas no aplicativo. Eu achei um absurdo isso, eu sempre fazia tudo sozinha, andava sozinha, nunca pensei, imaginei que isso fosse acontecer”, relata a estudante.

O caso foi registrado como estupro de vulnerável na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher. De acordo com o sistema de monitoramento da polícia, o carro de aplicativo passou pela Rua da Consolação na madrugada de quarta (26), exatamente no horário da corrida. As câmeras detectaram também que entre as 4h e as 8h25 o carro passou pela Avenida Paulista e pela Rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros.

Os resultados dos exames toxicológico e sexológico saem em 30 dias. Durante 28 dias, a jovem terá que tomar um coquetel de remédios pra evitar doenças sexualmente transmissíveis. A estudante também denunciou o motorista ao aplicativo e ele foi descredenciado.

“Eu espero que aconteça alguma coisa com ele para ele nunca mais fazer isso com ninguém e não ter nenhum carro de aplicativo, nada pra ele”, disse a menina.

A 99, aplicativo para o qual o motorista trabalhava, informou que recebeu a denúncia e que baniu o motorista. A empresa também disse que está oferecendo suporte psicológico à passageira e que está à disposição para colaborar com a polícia.

Fonte: G1