Correio dos Campos

Dona de chácara onde 33 pit bulls foram resgatados nega que animais estavam em situação de maus-tratos

22 de dezembro de 2019 às 09:37
Paula Roberta Sacchi deveria ter prestado depoimento nesta quinta-feira (19), mas passou mal e não pôde comparecer na delegacia. (Foto: Ariane Flores/TV TEM – Reprodução/Facebook)

A ex-modelo e empresária que é dona da chácara onde 33 pit bulls foram resgatados, em Itu (SP), nega que os cães estavam em condições de maus-tratos e que visitava os animais com frequência. Paula Roberta Sacchi deveria ter prestado depoimento nesta quinta-feira (19), mas passou mal e não pôde comparecer na delegacia.

Em entrevista exclusiva para a TV TEM, Paula afirmou que havia alugado o espaço para um peruano que foi preso durante a operação contra rinha internacional de cães, em Mairiporã (SP). Ela conta que os dois são amigos há anos e até se juntaram para abrir um restaurante especializado em frutos no mar na cidade.

“Eu trouxe meus cachorros de São Paulo e ele trouxe os dele. Então, ele morava na chácara e ficava com os cachorros. Dos 33, 14 eram meus”, conta.

No entanto, a empresária afirma que os animais não estavam mal cuidados e que fazia visitas na chácara regularmente.

“Nós fazíamos um rodízio. Eu sempre ia para chácara e trazia um ou dois dos cachorros para ficar comigo aqui em casa. Isso porque nós ainda estávamos construindo os espaços para eles ficarem lá, os pequenos canis”, explica.

Também disse que é contra a prática de rinhas e que foi um choque quando soube da prisão do amigo.

“Parecia uma bomba. Parecia que tinha caído uma bomba atômica. Eu não podia acreditar naquilo. Eu abomino esse tipo de prática”, ressalta.

Ainda segundo a empresária, ela não sabe onde o peruano está após ser liberado da audiência de custódia.

“Se antes nós tínhamos uma longa amizade, hoje o que nós temos é nada. Se ele participou da rinha ou não, eu não quero mais saber. Eu não aceito esse tipo de coisa”, afirma.

Estrutura e objetos encontrados
Anabolizantes, medicamentos, uma esteira adaptada para treinamentos e uma piscina foram encontrados na chácara em Itu.

Durante a entrevista, Paula explica que a esteira foi recomendada por um veterinário, já que alguns dos animais estavam com sobrepeso.

“A esteira nós compramos e usamos uma vez. Depois disso, não mais. Já os anabolizantes eu desconheço. Nunca apliquei anabolizantes nos meus animais e, como eu não morava na casa da chácara, não sabia o que ele mantinha lá dentro”, explica.

Vídeos mostram que os cães ficavam espalhados e acorrentados em espaços separados. Quando a polícia chegou ao local, eles estavam magros, doentes e com fome. Como algumas casinhas estavam vazias, a polícia suspeita que os animais estavam sendo retirados do local.

“Eu não gosto de acorrentar animais. Mas, era preciso porque os canis que estávamos construindo não tinham ficado prontos. Aquilo que acharam que era um ringue, era na verdade um canil em construção”, afirma Paula.

Os policiais que participaram da operação dizem não têm duvidas de que os cães viviam em condições de maus-tratos e eram usados em rinhas, segundo o investigador Bruno Ceccolini.

“Observamos que havia animais trancafiados no fundo, muito doentes, animais com cicatrizes recentes, que são sinais de que eles haviam brigado. Observamos uma estrutura de alvenaria, que é uma rinha”, explicou.

 

Fonte: G1