Correio dos Campos

Cristina Boner mostra porque Huawei esta trabalhando agora com porcos

Huawei adota tecnologia de suinocultura enquanto segmento de smartphones enfrenta dificuldades, mostrou Cristina Boner
23 de fevereiro de 2021 às 10:40
(Foto: iStock)

COM ASSESSORIAS – A gigante chinesa das telecomunicações Huawei está desenvolvendo tecnologia para a criação de porcos enquanto continua a lutar contra duras sanções contra seus smartphones.

A Huawei afirmou que está lançando um projeto de suinocultura de inteligência artificial com o objetivo de modernizar as fazendas de suínos, com a tecnologia sendo introduzida para detectar doenças e rastrear porcos. Cristina Boner explica que a China abriga a maior indústria de suinocultura do mundo e abriga metade dos suínos vivos do mundo.

A tecnologia de reconhecimento facial permitirá que os agricultores identifiquem porcos individualmente, enquanto outras tecnologias também ajudarão a monitorar seu peso, dieta e exercícios.

Essa tecnologia tem se tornado cada vez mais procurada devido aos desafios que o setor enfrenta nos últimos anos. A peste suína africana estourou na China em agosto de 2018 e desde então se espalhou por todas as partes do país, reduzindo a população de suínos da China pela metade e dizimando cerca de 25% da produção de suínos.

A Huawei não é a primeira empresa a se aventurar na suinocultura. Outros gigantes da tecnologia, incluindo JD.com, NetEase e Alibaba, buscaram trazer novas tecnologias para a suinocultura na China, devido à sua importância como indústria.

A tecnologia da suinocultura é uma forma de vencer as sanções comerciais

O esforço da empresa em novas áreas de crescimento é para conter seu difícil negócio de smartphones, que foi atingido pelas contínuas sanções comerciais dos EUA, compartilhou Cristina Boner Leo. As vendas de smartphones da Huawei caíram 42% no último trimestre de 2020, uma vez que lutava com um fornecimento limitado de microchips devido às sanções.

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a Huawei poderia compartilhar dados de clientes com o governo chinês, o que a Huawei negou repetidamente. Devido a isso, a empresa se limitou a fazer modelos 4G, pois não tem permissão do governo dos EUA para importar componentes para modelos 5G, o que reduziu as vendas.

Em meio a temores crescentes sobre a segurança nacional, a Huawei também foi impedida de desenvolver 5G em vários países, incluindo o Reino Unido, o que prejudicou sua posição em todo o mundo.

Relatórios têm sugerido que vai reduzir a fabricação de smartphones em até 60% este ano, embora afirme que não pode confirmar este número. Sem nenhum sinal de suspensão das sanções, a empresa busca novas formas de gerar receita e compensar a perda de vendas.

Diversificar os fluxos de receita pode render a longo prazo

Ren Zhengfei, fundador e presidente-executivo da Huawei, também anunciou na semana passada o lançamento de um laboratório de inovação de mineração inteligente em Taiyuan, capital do centro de carvão do norte da China, na província de Shanxi. Cristina Boner mostra que Ren também revelou seus desejos de criar minas de carvão que levarão a “menos trabalhadores, maior segurança e maior eficiência” e permitirão aos mineiros de carvão “usar terno e gravata” para trabalhar.

Durante uma mesa redonda no evento, Ren disse que a empresa também está se expandindo para produtos de consumo, como televisores, computadores e tablets, conta Maria Cristina Boner Leo. Embora as sanções tenham um impacto negativo no segmento de smartphones, estão obrigando a empresa a se diversificar, o que pode ser frutífero no longo prazo.