Correio dos Campos

Cotovelo do tenista não afeta só atletas profissionais; trabalhadores também estão expostos

Ortopedista fala sobre sintomas e tratamentos para a doença
20 de fevereiro de 2021 às 11:00
(Foto: Reprodução)

COM ASSESSORIAS – A epicondilite lateral do cotovelo em atletas, popularmente conhecida como cotovelo do tenista, é uma inflamação nos tendões extensores do cotovelo. É muito comum em tenistas, mas também pode estar relacionada à ergonomia do trabalho e excesso de digitação. A inflamação se dá pelos movimentos repetitivos de punho, dedos e sobrecarga gerada na região.

O principal sintoma é a dor na face lateral do cotovelo, associado muitas vezes até à diminuição de força de alguns movimentos do punho, observada clinicamente quando o médico pede para estender o punho contra uma resistência. Por ser uma doença desencadeada por sobrecarga nos tendões, é mais comum atingir pessoas entre 30 e 50 anos, mas tem se tornado frequente nos jovens que abusam de movimentos repetitivos.

“A epicondilite lateral tem os mesmos sintomas e tratamentos para atletas profissionais ou amadores, já que as causas são essencialmente as mesmas: excesso de repetições e/ou fraqueza muscular levando a uma tendinopatia. Adequar a exigência à sua capacidade é fundamental, promovendo tanto o fortalecimento muscular quanto a adequação do número de repetições. Fatores externos (extrínsecos) como a empunhadura e peso da raquete, assim como tipo e tensão da corda, também são relevantes e devem ser discutidos na consulta médica. Raquetes “leves” e com maior tensão na corda são geralmente fatores de piora do quadro”, explica o Ortopedista e Médico do Esporte, Dr. Paulo Szeles.

Em não-atletas, no ambiente de trabalho, além das orientações quanto ao fortalecimento e diminuição de repetições, a ergonomia, principalmente em relação à digitação, deve ser enfatizada.

“A reabilitação tem papel determinante na recuperação de atletas e não- atletas. O que observo é que quem pratica algum esporte fica mais atento e mantém as consultas regulares com o médico e fisioterapeuta. Por isso, geralmente, tem uma recuperação mais breve”, completa Dr. Paulo.

O tratamento inicial deve sempre ser clínico, com medicamentos, adequação de cargas e treino, fisioterapia e eventualmente infiltração com ácido hialurônico, nos casos mais crônicos, o que tem se mostrado um tratamento muito eficaz.

“A infiltração de ácido hialurônico tem sido um tratamento adjuvante com ótimas respostas nos diferentes tipos de pacientes. Além de aliviar a dor, o ácido hialurônico, associado à fisioterapia, parece reduzir o tempo de tratamento.”, explica o médico.

Segundo o Médico do Esporte, não é apenas uma infiltração que já trará resultado, mas um conjunto de medidas, como correção do gesto esportivo, adequação do equipamento, assim como ajuste da ergonomia no trabalho.

Por fim, o importante é: se sentir desconforto na região lateral do cotovelo ou perceber que está com menos força nas mãos, procure um Ortopedista. Quanto mais rápido o tratamento começar, mais breve a recuperação.