Correio dos Campos

‘Acho muito difícil isso acontecer antes de setembro’, diz Ratinho Junior sobre a volta às aulas no Paraná

Atualmente, o Paraná enfrenta quarentena com várias restrições em oito regiões para impedir o avanço do contágio da Covid-19.
10 de julho de 2020 às 08:46
Ratinho Junior falou sobre o aumento da curva de casos de coronavírus no Paraná — Foto: Reprodução

O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), disse, na nesta quinta-feira (9), em entrevista ao Meio-Dia Paraná, que a volta às aulas não deve acontecer tão breve no estado por causa do coronavírus.

“Acho muito difícil isso acontecer antes de setembro”, afirmou.

Ratinho disse que existe uma equipe ampla estudando esse assunto e que avalia diariamente sobre quando e como os alunos deverão retornar para as salas de aula com segurança para evitar a propagação da Covid-19.

Em todo o estado, mais de um milhão de estudantes estão matriculados na rede estadual de ensino. Desde o início da pandemia, os alunos estão acompanhando as aulas de maneira online.

Taxa de isolamento social em 40%

Sobre o aumento da curva de casos no estado, o governador destacou sobre a importância do isolamento social. Segundo ele, mesmo com a quarentena mais restritiva, o índice de isolamento no estado atual é de 40%. O ideal, segundo ele, seria de pelo menos 50%.

“Por enquanto, o isolamento é o grande remédio que nós temos. Isso difícil, é duro, mas enquanto não tiver uma vacina que resolva o problema do vírus vamos ter que conviver com o isolamento”.

“Médicos trabalham até 18 horas por dia”

“Existe um estresse danado. Temos médicos trabalhando 18 horas por dia”, ressaltou Ratinho sobre o controle da Covid-19 nas unidades de saúde do estado.

A função principal do governo e de toda a equipe de saúde, nesse momento, segundo o governador, é preservar vidas. “Que a gente possa ter o menor número de infectados, possa salvar o máximo de vidas para aqueles que vão precisar de um hospital, precisar de uma UTI”.

“Somos o estado que mais testa no Brasil”

Ratinho afirmou ainda que o Paraná é o estado que mais tem feito testes para diagnosticar o coronavírus em todo o país. “Somos o estado que mais testa no Brasil”, declarou. Segundo ele, diariamente são feitos cerca de 3,5 mil testes no estado.

Cento e trinta mil exames já foram feitos desde o início da pandemia, segundo o governador. “Estamos trabalhando para aumentar esse numero ainda mais”, afirmou.

Situação em Londrina

Em Londrina, na região norte, a quarentena tem sido cumprida de forma parcial e também é alvo de muitos questionamentos. Os prefeitos e empresários da cidade estão pedindo uma flexibilização das regras. Sobre essa questão, Ratinho disse que existe uma equação que envolve o número de casos, de leitos de UTI e também de óbitos que precisa ser estabilizada para evitar a possibilidade de colapso.

“Existe um foco que tem que ser detectado e organizado. A região só não entrou em colapso porque nós conseguimos ampliar o número de leitos. Então, isso fez com que houvesse esse certo controle. Mas, como existe uma mortalidade muito alta, a secretaria de saúde está analisando a melhor forma para tentar frear a curva de casos”, disse Ratinho.

O governador também enfatizou que “o fato de ter UTI sobrando, não quer dizer que a curva não está crescendo”.

“Não tem dinheiro”

Durante a entrevista, o governador comentou ainda sobre a emenda ao orçamento de 2021 pedindo a suspensão do reajuste de 1,5% no salários dos servidores públicos.

“Na verdade, a lei federal já nos obriga a não dar nenhum tipo de reajuste salarial para servidores. Primeiro, não tem dinheiro. Com um rombo de R$ 3,2 bilhões, vamos arrumar dinheiro de onde para dar qualquer tipo de reajuste?”, ressaltou Ratinho.

“Segundo, existe a lei federal que proíbe fazer qualquer tipo de reajuste. Senão, perdemos o R$ 1,9 bilhão do Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus”, explicou.

Segundo Ratinho Junior, nesse momento, é preciso fazer a máquina do estado ficar em dia com as contas. “Esse é o nosso compromisso. Se tivesse em uma normalidade, é claro que a lei seria honrada. Mas nós não estamos em uma normalidade, ainda mais em uma crise financeira como essa”, detalhou o governador.