Correio dos Campos

Detalhes do Censo Agro são apresentados na Câmara dos Deputados

16 de abril de 2018 às 09:57

OCB e CÂMARA NOTÍCIAS/Ocepar – Quanto mais se conhece o Brasil, mais é possível pensar em políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável do país. Por isso, a realização de censos, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é tão fundamental. Em parceria com a OCB, o IBGE está concluindo o levantamento de dados nas propriedades rurais, e já iniciou os preparativos para o Censo Demográfico 2020.

Seminário – O assunto foi tratado na terça-feira passada (10/04), durante um seminário realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília, e que contou com a presença de parlamentares e representantes do Instituto, da OCB e de entidades parceiras.

Apoio – Na ocasião, o presidente IBGE, Roberto Olinto, pediu apoio aos deputados para a realização do Censo Demográfico de 2020, que deve ter um custo total de R$ 3 bilhões. Ele explicou que, com o teto de gastos estabelecido pela Emenda Constitucional 95, apesar das muitas demandas para os orçamentos, as despesas só podem crescer de acordo com a inflação.

Importância do levantamento – Olinto explicou, ainda, que esse tipo de levantamento é importante, por exemplo, para as discussões relativas à distribuição de impostos federais entre estados e municípios. Isso porque a divisão depende do tamanho da população. “Sem o censo demográfico, o Brasil não vai conseguir trabalhar na agenda 2030 das Nações Unidas de Desenvolvimento Sustentável. Vários desses indicadores são basicamente obtidos no censo”, disse.

Previdência – Cláudio Crespo, diretor de Pesquisas do IBGE, disse que é importante monitorar a concentração da população em grandes cidades. Segundo ele, mais de 60% da população vive em cerca de 400 dos 5.570 municípios. “O crescimento da população deve ser revertido a partir de 2040 e os dados de envelhecimento são importantes para a discussão das contas da Previdência Social”, afirmou.

Agropecuário – O deputado Carlos Melles (MG), presidente da Frente Parlamentar de Geografia, Estatística e Meio Agroambiental, ressaltou a importância do Censo Agropecuário de 2017, que deve ter os primeiros resultados conhecidos em julho. “Vai dar para saber como o produtor está vivendo, que tecnologia ele está usando, que grau de escolaridade ele tem, se ele já é filho ou neto, ver como está o êxodo rural. Isso é fundamental para a formulação e execução do setor mais importante do Brasil, que é o agropecuário”, argumenta.

Cooperativismo – Desde outubro do ano passado, milhares de recenseadores do IBGE têm cruzado o país, de Norte a Sul, a pé, de carro, de ônibus e até em bicicletas, para obter o mais completo raio X do setor produtivo brasileiro. É o Censo Agropecuário 2017, realizado com o apoio OCB e que, até então, já visitou mais de 96,5% dos estabelecimentos rurais do país.

Visitas – Segundo o IBGE, a intenção é visitar 5,3 milhões de propriedades. Este universo é o mesmo encontrado no último Censo Agro, realizado há 12 anos. Até o momento, o Rio Grande do Norte é o estado com o menor percentual de coleta, com visita a 75,6% das propriedades rurais, seguido por Alagoas (76,5%), Maranhão (76,7%), Rio Grande do Sul (81,9%) e Paraná (81,9%).

Cálculo – Esses percentuais, segundo o IBGE, são calculados em relação ao número de estabelecimentos encontrados pelo censo de 2006, contudo, depois de mais de uma década e com a possibilidade de incorporação entre propriedades, por exemplo, pode ser que, nesses estados, o número de estabelecimentos rurais tenha diminuído. Assim, a coleta pode estar mais próxima do fim do que se esperava inicialmente. A expectativa do IBGE é de que o número exato de estabelecimentos existente no país seja conhecido em julho de 2018.

Finalização – Até lá, e considerando as dificuldades regionais encontradas ao longo do período do Censo, tais como regiões alagadas e transporte, os recenseadores continuarão a visita aos estabelecimentos rurais durante os próximos meses para finalização do trabalho nessas áreas remanescentes.

Apoio – Desde o início das visitas, o IBGE sempre contou com o apoio da OCB, que se dedicou a sensibilizar cooperativas e cooperados a contribuir com o Censo, participando ativamente do processo de levantamento de informações no campo brasileiro. “A participação das cooperativas é extremamente importante para a conclusão do Censo Agropecuário 2017 e para o panorama da atividade agropecuária brasileira. Por isso, a OCB tem estimulado participação ativa dos cooperados, sobretudo, no repasse do maior número possível de informações sobre a atividade rural da propriedade”, explica a gerente de Relações Institucionais da OCB, Fabíola Motta.