Correio dos Campos

Cirurgias de hérnias abdominais via SUS no Paraná têm alta de 184%, em um ano

A doença é altamente prevalente na população e a cirurgia é a única forma de tratamento
10 de setembro de 2022 às 09:00

COM ASSESSORIAS – Chegou a 12.497 o número de cirurgias para correção de hérnias da parede abdominal realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Paraná, entre julho de 2021 e junho de 2022, de acordo com dados divulgados no DataSus. O crescimento é de 184% se comparado ao mesmo período do ano anterior, quando foram feitas 4.388 cirurgias na rede pública, no estado.

As cirurgias de urgência somaram 2.5 mil e 1.9 mil casos, respectivamente, e a doença afeta 20% da população brasileira, de acordo com dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Hérnia (SBH).

As hérnias abdominais são aberturas na musculatura que permitem a passagem de uma porção de órgão ou gordura através dela, causando sintomas como dor e desconforto.

De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo, com atuação focada no tratamento das hérnias e ex-presidente da SBH, Christiano Claus, a alta no número de cirurgias ocorreu devido a queda durante a paralisação das cirurgias eletivas no período de pandemia. “De forma geral, as cirurgias de hérnias são consideradas eletivas por se tratar de uma doença benigna, o que fez com que o atendimento fosse altamente afetado ao longo da crise sanitária, com uma redução significativa de pacientes operados no sistema público e privado. Em consultório, nós cirurgiões, percebemos um aumento dos casos de complicações das hérnias abdominais, algumas importantes que necessitaram de cirurgia de emergência; outras tiveram agravamento do quadro, com casos de hérnias maiores, e cirurgias mais complexas”, explicou. “Agora nós observamos que a demanda que ficou reprimida nesse período tem seu atendimento realizado, vemos que os serviços de cirurgia estão retomando as atividades e os pacientes voltam a receber o tratamento adequado para as hérnias”

O tratamento precoce é o melhor caminho para garantir a qualidade de vida do paciente e evitar complicações. “Muitas vezes é necessário afastar-se do trabalho por não poder levantar peso, além de ter que evitar os exercícios que exigem força abdominal. Quanto mais cedo realizamos a cirurgia, mais simples é e menores são os impactos na rotina do paciente atendido”, afirma o cirurgião.

As complicações mais comuns são o estrangulamento e encarceramento da hérnia, que sem o atendimento adequado podem causar necrose do órgão afetado e consequentemente a morte.