Correio dos Campos

Poluição por plástico: quais alternativas podem ajudar a diminuir esse problema?

A Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) e a Prolata apresentam maneiras de contribuir com a diminuição desses resíduos no planeta
27 de março de 2022 às 09:00

COM ASSESSORIAS – Não é de hoje que o excesso de resíduos e embalagens plásticas é tema de discussões sobre os impactos negativos no meio ambiente. Recentemente, na 5ª Sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, essa foi uma das principais pautas. No evento, os países discutiram sobre um novo acordo global que tem como objetivo reduzir a poluição por plástico, especialmente nos mares. O acordo já tem o apoio de boa parte dos Estados Unidos, membros da ONU e diversas empresas.

Paralela à assembleia, pesquisas realizadas pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) em 2021 a pedido da organização não governamental e sem fins lucrativos Oceana, apontaram que a grande maioria dos brasileiros considera o lixo plástico problemático ao meio ambiente. Dos que responderam, 92% demonstraram preocupação com esses resíduos.

Como solução para essa realidade, a Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) e a Prolata consideram importante a adoção de medidas que contribuam com um cenário mais sustentável para evitar a degradação do planeta. Confira abaixo:

Logística reversa: viabilizar cada vez mais o sistema de logística reversa, que tem como objetivo reaproveitar materiais descartados, é fundamental para diminuir o acúmulo de resíduos sólidos e a correta destinação de materiais usados para reciclagem.

Para fortalecer esse sistema, a Prolata firmou uma parceria com o Sincomavi (Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção, Maquinismos, Ferragens, Tintas, Louças e Vidros da Grande São Paulo) com o objetivo de garantir o descarte correto e a valorização das latas de aço que condicionam materiais de construção, tintas entre outras vendidas pelos 15 mil associados da entidade que atuam nesse segmento do varejo.

Outro exemplo de como as associações vêm trabalhando é a campanha “Pintou, Sobrou, Levou”, na qual os consumidores de São Paulo poderão descartar sobras e embalagens de tintas que não poderão ser mais utilizadas, além de acessórios utilizados na pintura, em pontos selecionados das principais redes de varejo de construção da cidade.

Embalagens sustentáveis: buscar novas alternativas de embalagens é outra forma de minimizar o acúmulo de resíduos no planeta. O aço e alumínio, por exemplo, são 100% recicláveis, podendo ser reaproveitados inúmeras vezes sem perder as características originais dos materiais.

Materiais que demoram mais tempo para se decompor e são deixados em áreas inadequadas podem contaminar as águas e espécies marinhas.

Descarte seletivo acessível para os consumidores: a Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) e a Prolata têm como objetivo permitir que as latas de aço pós consumo sejam descartadas de forma correta pelos consumidores e revalorizadas em siderúrgicas. Em todo o Brasil, a Prolata tem parceria com 63 cooperativas, 33 entrepostos, além de 173 Pontos de Recebimento.

Substituição das embalagens plásticas: substituir ou tornar viável a reciclagem do plástico é fundamental para amenizar o problema. No entanto, muitas pessoas podem confundir reciclagem com reutilização. Reciclagem é descartar a embalagem da forma correta, para que ela seja revalorizada. É preciso evitar uma reutilização indevida, como o aproveitamento de latas de tintas plásticas para o estocar água ou alimentos, uma prática popular no Nordeste.

Um estudo feito pelo Centro de Tecnologia de Embalagem do Estado de São Paulo (CETEA), a pedido da Abeaço, testou a migração de agentes tóxicos para alimentos e bebidas acondicionados em dois tipos de embalagem: baldes plásticos e latas de aço. Nos dois casos, as embalagens haviam sido utilizadas para acondicionar tintas à base de água, sem solventes derivados do petróleo. O estudo detectou a migração de elementos, majoritariamente em baldes plásticos, como ftalatos, além de Tercbutano, Ciclohexano, Tolueno, Etilbenzeno e Xileno, sendo que algumas dessas substâncias estão relacionadas a doenças graves.

Nos baldes plásticos a situação é mais delicada, visto que os baldes para comercialização de alimentos são bastante parecidos com os que acondicionam tintas e a rotulagem pode ser facilmente removida, o que impede que os consumidores saibam que tipo de material a embalagem acondicionava anteriormente.