Mitos e verdades sobre a vacinação
COM ASSESSORIAS – O Brasil foi pioneiro na incorporação de diversas vacinas no calendário do Sistema Único de Saúde: são 19 tipos de imunizações contra 20 tipos de doenças. Reflexo da pandemia da COVID-19, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a UNICEF apresentam dados alarmantes: 23 milhões de crianças não receberam as vacinas básicas por meio dos serviços de vacinação de rotina em 2020 – 3,7 milhões a mais do que em 2019. Segundo cálculo da Info Tracker, aproximadamente 20% dos brasileiros com mais de 40 anos não se vacinaram contra a COVID-19, mais de 17 milhões de pessoas.
A enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Renata Quadros, acredita que a vacinação é essencial para manter a saúde e contribuir no controle de doenças no país. Confira alguns mitos e verdades sobre a vacinação:
– Vacinas podem causar efeitos colaterais
VERDADE: Apesar de serem testadas e comprovadas como seguras, em alguns casos, podem apresentar efeitos colaterais, como dor no braço, vermelhidão e inchaço onde elas foram aplicadas, e até febre ou mal-estar;
– Não preciso me vacinar contra doenças já erradicadas
MITO: Mesmo com a doença erradicada no país, os agentes infecciosos ainda podem circular em algumas partes do mundo, atravessar fronteiras e infectar pessoas não imunizadas. Todas as imunizações são essenciais tanto o organismo, quanto para evitar que novos surtos da doença reapareçam. Isso se chama imunização de rebanho: as pessoas vacinadas diminuem a chance de transmissão para os indivíduos que não receberam a vacina;
– Aplicar mais de uma vacina ao mesmo tempo pode trazer reações
MITO: aplicar várias vacinas ao mesmo tempo não causa aumento de reações, muito menos sobrecarrega o sistema imunológico das pessoas. A vantagem é a redução do número de visitas ao local de vacinação e, em alguns casos, do número de injeções aplicadas;
– Tomar a mesma vacina duas vezes não faz mal
VERDADE: Se a pessoa perdeu a carteira de imunização e não lembra se já tomou determinada vacina, a indicação é tomar a vacina novamente para garantir a imunização.
– A imunização da doença é melhor que a da vacina
MITO: As vacinas não causam a doença, elas estimulam o organismo a produzir uma resposta semelhante a doença. A doença pode resultar em complicações, sequelas e até a morte.
– Vacinas são indicadas apenas para crianças
MITO: Mesmo que a maior parte das vacinas sejam aplicadas nos primeiros anos de vida, existem imunizações previstas para adolescentes, jovens, adultos e idosos. É importante manter a carteira de vacinação em dia, em todas as fases da vida;
-Vacinas proporcionam 100% de proteção
MITO: As vacinas com maior taxa de proteção chegam a 95% de efetividade e, ainda, cada organismo reage de uma forma diferente às imunizações. Com a mesma vacina, alguns chegam à imunização máxima e outros sequer produzem os anticorpos. É um fator particular de cada organismo e não há como prever como será a produção de anticorpos pós vacinação;
– Quanto maior a reação, maior a proteção
MITO: A intensidade dos efeitos colaterais das vacinas não está relacionada com a sua eficácia. O aperfeiçoamento constante das fórmulas vacinais busca diminuir cada vez mais os riscos de efeitos colaterais, mas não é possível prever se eles aparecerão ou não após a imunização.
A enfermeira lembra que possíveis reações podem acontecer, e a indicação é observar os sintomas pós-vacina e procurar por atendimento médico caso os sintomas persistam por mais de dois dias ou se intensifiquem, independentemente da duração. “Na maioria dos casos, as reações são leves, com duração de, no máximo, 48 horas, e não colocam em risco a saúde das pessoas”, afirma.