Correio dos Campos

Paraná tem a segunda pior taxa de ocupação de UTIs do SUS para tratamento da Covid do país, diz pesquisa

Levantamento da Confederação Nacional de Municípios indica que 149 cidades do estado estavam com ocupação de 95% das vagas públicas de UTI para o novo coronavírus.
30 de junho de 2021 às 09:03
Paraná tem segunda pior taxa de ocupação de UTIs SUS para tratamento da Covid do país, diz pesquisa. (Foto: Geraldo Bubniak/Arquivo AEN)

O Paraná tem um dos piores índices do Brasil em relação à ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) públicas para tratamento do novo coronavírus, de acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM).

Entre segunda (21) e quinta-feira (24), 149 cidades do Paraná estavam com ocupação de 95% das vagas públicas de UTI para o tratamento da Covid-19.

O levantamento mostra que o estado estava com a segunda pior situação do país, atrás apenas do Mato Grosso do Sul.

Na pesquisa, além das cidades com lotação quase máxima:

  • 75 municípios têm UTIs acima dos 90% de ocupação;
  • 26 estão com mais de 80% dos leitos ocupados;
  • 10 municípios têm entre 60% e 80% das UTIs públicas ocupadas
  • 12 cidades têm ocupação abaixo dos 60%.

“O que nós percebemos é que a população tem a sensação de que com a vacinação, a situação já está sob equilíbrio. Dentro dos hospitais, a situação não mudou”, afirmou Geci Labres de Souza Júnior, diretor do Hospital do Trabalhador.

Angústia

Para Etni do Nascimento Pontes descobrir que a mãe, dona Rutineia, estava com Covid-19 só não foi pior do que a angústia que viria depois.

“A gente internou ela de madrugada de quarta para quinta-feira e, na mesma noite, já foi entubada”.

Foram cinco dias internada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), esperando por uma vaga.

Mas, quando finalmente conseguiu a transferência para o Hospital de Reabilitação, Rutineia já estava em estado grave.

Uma semana depois de conseguir o leito, ela não resistiu e morreu por causa da Covid na manhã desta terça-feira (29).

“E a gente fica imaginando, será que se essa UTI tivesse saído há mais tempo, não teria conseguido salvá-la mais rápido? Atendê-la mais rápido?”, disse Etni.

Situação do estado

Na segunda-feira (28), 211 pessoas esperavam por uma vaga em hospitais do Paraná. 97 delas, em estado grave, precisavam de um leito de UTI.

Nesta terça (29), a taxa de ocupação dessas vagas no estado chega a 94%. Com a média móvel de mais de 6,8 mil casos, em alta de 58% em comparação com duas semanas atrás, a matemática da pandemia mostra dias difíceis pela frente.

“Começa um aumento das consultas nas UPAs, em seguida dali uma semana depois nós temos um aumento de casos moderados e graves, na semana seguinte nós temos a necessidade de internamentos e, infelizmente, na sequência temos um aumento no número de óbitos. Essa é a história natural dessa doença, que não gostaríamos de ver de novo”, concluiu Geci Labres de Souza Júnior.

Fonte: G1