Paraná tem a segunda pior taxa de ocupação de UTIs do SUS para tratamento da Covid do país, diz pesquisa
O Paraná tem um dos piores índices do Brasil em relação à ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) públicas para tratamento do novo coronavírus, de acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Entre segunda (21) e quinta-feira (24), 149 cidades do Paraná estavam com ocupação de 95% das vagas públicas de UTI para o tratamento da Covid-19.
O levantamento mostra que o estado estava com a segunda pior situação do país, atrás apenas do Mato Grosso do Sul.
Na pesquisa, além das cidades com lotação quase máxima:
- 75 municípios têm UTIs acima dos 90% de ocupação;
- 26 estão com mais de 80% dos leitos ocupados;
- 10 municípios têm entre 60% e 80% das UTIs públicas ocupadas
- 12 cidades têm ocupação abaixo dos 60%.
“O que nós percebemos é que a população tem a sensação de que com a vacinação, a situação já está sob equilíbrio. Dentro dos hospitais, a situação não mudou”, afirmou Geci Labres de Souza Júnior, diretor do Hospital do Trabalhador.
Angústia
Para Etni do Nascimento Pontes descobrir que a mãe, dona Rutineia, estava com Covid-19 só não foi pior do que a angústia que viria depois.
“A gente internou ela de madrugada de quarta para quinta-feira e, na mesma noite, já foi entubada”.
Foram cinco dias internada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), esperando por uma vaga.
Mas, quando finalmente conseguiu a transferência para o Hospital de Reabilitação, Rutineia já estava em estado grave.
Uma semana depois de conseguir o leito, ela não resistiu e morreu por causa da Covid na manhã desta terça-feira (29).
“E a gente fica imaginando, será que se essa UTI tivesse saído há mais tempo, não teria conseguido salvá-la mais rápido? Atendê-la mais rápido?”, disse Etni.
Situação do estado
Na segunda-feira (28), 211 pessoas esperavam por uma vaga em hospitais do Paraná. 97 delas, em estado grave, precisavam de um leito de UTI.
Nesta terça (29), a taxa de ocupação dessas vagas no estado chega a 94%. Com a média móvel de mais de 6,8 mil casos, em alta de 58% em comparação com duas semanas atrás, a matemática da pandemia mostra dias difíceis pela frente.
“Começa um aumento das consultas nas UPAs, em seguida dali uma semana depois nós temos um aumento de casos moderados e graves, na semana seguinte nós temos a necessidade de internamentos e, infelizmente, na sequência temos um aumento no número de óbitos. Essa é a história natural dessa doença, que não gostaríamos de ver de novo”, concluiu Geci Labres de Souza Júnior.
Fonte: G1