Correio dos Campos

Cuidados necessários para evitar doenças respiratórias no frio

A incidência de doenças respiratórias tende a aumentar durante o outono e o inverno; pneumologista da Super Dr. esclarece dúvidas sobre o assunto
14 de junho de 2021 às 18:07
(Foto: Divulgação)

COM ASSESSORIAS – A mudança climática causada pela proximidade do inverno faz com que as temperaturas caiam significativamente na região sul do país, e alguns cuidados são necessários para diminuir a incidência de doenças respiratórias tão comuns durante o período. Pneumologista no Super Dr. Saúde Integrada, em Ponta Grossa (Paraná), Carlos Alberto Alvares, relata que atende pacientes com esses tipos de casos e listou as principais dicas para prevenir as patologias que, frequentemente, atingem as vias aéreas.

De acordo com o médico, as doenças respiratórias mais comuns durante a estação são rinite alérgica, gripe comum, asma, sinusites e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). E, por que há mais probabilidade dessas doenças atingirem a população nos tempos de frio?

“No inverno acontece geralmente a inversão térmica. Esse fenômeno deixa as pessoas mais suscetíveis aos poluentes do ambiente. O frio irrita as vias respiratórias e, com a diminuição da umidade relativa do ar, o organismo não consegue produzir muito muco, capaz de proteger as vias aéreas, o que facilita muitas vezes a entrada de bactérias e vírus”, explica o pneumologista.

Cuidados diários

Como as pessoas têm a tendência de ficarem mais reclusas e em ambientes fechados durante a temporada dos dias mais gelados, a orientação do médico é que se realize o controle ambiental nas residências, a fim de diminuir a exposição aos alérgenos (agentes que provocam alergias).

“O ambiente deve ser arejado e limpo, e é preciso evitar o contato com objetos que acumulam pó e fungos, como ursos de pelúcia, por exemplo. Quando for limpar a casa, é preciso tomar cuidado no momento de varrer, pois isso aumenta a circulação de poeira. O mais indicado é optar pela limpeza com pano úmido. É essencial ainda atentar-se a focos de umidade e mofos nas paredes pelo risco da presença de fungos”, alerta Alvares.

Ainda com relação aos ambientes, o pneumologista recomenda a higienização dos enxovais, pois as roupas de cama, principalmente os cobertores, podem acumular ácaro ou bactéria. Nesse caso, há a indicação de que as peças sejam expostas ao sol antes do uso. “A exposição ao sol possibilita que haja maior circulação de ar, retirando a umidade e a presença de fungos das cobertas”, destaca.

Segundo o especialista, os cobertores mais recomendados para quem possui histórico de doenças respiratórias durante o frio são os antialérgicos, como os feitos por microfibras. “As cobertas de lã acumulam muito ácaro e não são indicadas”, sustenta.

Além dos cuidados com os ambientes, o médico também orienta a realização da hidratação constante, prática de exercícios físicos e alimentação saudável, a fim de manter um bom funcionamento do sistema imunológico. Outras recomendações do pneumologista são: evitar a exposição às fumaças, que podem causar também irritação nas vias respiratórias; evitar a aglomeração de pessoas em um ambiente fechado, pelo risco da proliferação de vírus e bactérias; e se agasalhar corretamente para que a imunidade do organismo não caia.

Rinite, gripe e Coronavírus

Neste período de pandemia do Coronavírus, é comum as pessoas com sintomas de doenças respiratórias não saberem diferenciar se estão com rinite, gripe ou Coronavírus. Como os sintomas são semelhantes, a sugestão de Alvares é que se procure um médico para avaliar os sinais de alerta e realização de exames. Mesmo com os sintomas semelhantes, é necessário destacar que as patologias são diferentes.

A rinite é um processo inflamatório nasal, desencadeado principalmente após o contato com os alérgenos inalatórios. Conforme o pneumologista, a doença se manifesta com obstrução, coriza, espirros e coceira nasal, podendo se estender para a garganta.

Já a gripe é causada por um vírus. Os sintomas podem ser os mesmos da rinite, mas, geralmente são acompanhados de dores no corpo, cansaço e febre baixa. O Coronavírus, também é transmissível de uma pessoa para outra e os sintomas são semelhantes aos da gripe, principalmente em quadros leves. Nas formas moderadas e intensas, os sintomas podem ser acompanhados de febre alta, perda súbita de olfato, dores intensas no corpo e na cabeça, tosse seca, falta de ar, e até o acometimento do sistema gastrointestinal, com a ocorrência de diarreias.

Quando procurar um médico?

Segundo Alvares, é recomendado que se procure um médico pneumologista sempre que o paciente iniciar os sintomas que envolvam as vias aéreas superiores, principalmente nesse período de inverno com a incidência maior de doenças respiratórias. Como os sintomas e a intensidade do quadro podem variar de uma pessoa para outra, é necessária uma avaliação médica para investigação diagnóstica e para a prescrição do tratamento mais adequado para cada situação. A falta de acompanhamento e dos medicamentos adequados podem agravar as doenças e causar até comprometimentos no pulmão.

“O pulmão fica mais debilitado em casos de quadro respiratório agudo. As doenças virais são oportunistas e abrem espaço para bactérias. Quando isso acontece, a imunidade fica mais baixa, pode gerar pneumonia e até a morte. Por isso a importância da procura imediata de um médico com o início dos sintomas”, finaliza Alvares.

Serviço

Médico pneumologista, Carlos Alberto Alvares. Atende no Super Dr. nas segundas e quintas-feiras. Carlos é formado em Medicina pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Passou a integrar o quadro de especialistas do Super Dr. em maio deste ano. O telefone para agendamento de consultas é o (42) 3085-0500.