Correio dos Campos

COM ASSESSORIAS – As micro e pequenas empresas – que representam mais da metade dos empregos formais no Brasil, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) – precisam se reinventar constantemente para superar as dificuldades trazidas pelo novo coronavírus. Nesse processo, estar conectado e saber usar as mídias sociais é uma necessidade urgente e um desafio para muitos empreendedores. Em nossa região, alguns deles têm ganhado apoio do curso de Jornalismo da UniSecal por meio do projeto de extensão ‘Programa de Assessoria a Microempreendedores de Ponta Grossa (PAMPG)’.

O projeto, que também reflete o compromisso social da Instituição, já tem ajudado 25 estabelecimentos da região dos Campos Gerais. Escolhidos pelos próprios alunos dentro das comunidades onde moram, eles vão desde padarias e mercearias a vendedores de roupas e cosméticos. O trabalho feito de forma on-line, por causa da pandemia, é realizado por equipes de até três acadêmicos, que semanalmente apresentam um relatório com as atividades desenvolvidas como gerenciamento de redes sociais, criação de campanhas e conteúdos como textos, artes, vídeos, etc.

“Vemos que para as pequenas empresas e os microempresários será uma boa ajuda, pois, muitas vezes, eles não possuem o assessoramento necessário para estar nas mídias e os alunos poderão auxiliar, pelo menos neste semestre, durante o período de pandemia, com suas habilidades e com a carga teórica e prática que trazem da faculdade”, explica o professor e coordenador do curso de Jornalismo da UniSecal Dr. Helton Costa.

Oportunidades de aprendizado

A UniSecal é reconhecidamente uma Instituição de Ensino Superior (IES) com responsabilidade social, inclusive sendo integrante da plataforma global da Organização das Nações Unidas (ONU) PRME Chapter Brazil. Seguindo essa linha de ensino, o projeto PAMPG estimula a formação cidadã dos alunos, é o que afirma o professor Helton. “Os alunos poderão não só colocar em prática o que aprenderam como também praticarão o bem, ajudando o próximo”, destaca.

Esse desejo de fazer o bem foi o que motivou Ciriane Shaniuk e Isabel Aleixo, alunas do 8º período de Jornalismo da UniSecal, na escolha de um negócio. “A empresa é de uma amiga que começou no início do ano e logo em seguida veio à pandemia. Ela comentou comigo que estava desanimada com tudo, que não conseguia publicar e nem vender nada. Assim, eu e a Isabel discutimos se conseguiríamos organizar material para o ramo dela e vimos que nós duas tínhamos muitas ideias. Na sequência, conversei com minha amiga e ela adorou, porque era algo que ela estava precisando” comenta Ciriane.

Já Andrea Borges e Amanda Stefaniak, ambas do 6º período, escolheram um negócio no município de Palmeira: a ‘Panificadora do Bento’. No perfil, criado na rede social Instagram, as estudantes apresentam as comidas produzidas pelo estabelecimento e ainda ajudam na divulgação e fortalecimento do novo endereço físico. “Eles não têm um responsável pelo marketing e como é uma padaria reconhecida na cidade, ia ajudar a estreitar laços com a comunidade”, relata Andrea.

Resultados positivos

Na Panificadora do Bento, os resultados do trabalho nas redes sociais já estão aparecendo. “Amei a ideia em poder ajudar e também gostei da oportunidade de ampliar meu negócio Aumentou as encomendas. Muitas pessoas vão comprar e falam que viram as publicações”, conta a administradora Priscila de Oliveira – uma das filhas do Bento.

O feedback positivo, mesmo em poucas semanas, também já aparece no relato da empreendedora Karolyna Leachinski, que está sendo assessorada pelas alunas Ciriane e Isabel. Ela tem uma loja virtual de roupas, a ‘Be You Concept’. Agora, além de fotos dos produtos, o perfil no Instagram conta com dicas de moda para as seguidoras. “Estou amando. Muito importante ter alguém para dar essa assessoria e marketing, fazendo a loja crescer e trazendo conteúdos diferentes para a rede social. Está fazendo uma grande diferença”, exalta a empreendedora.

Como alguns alunos do curso de Jornalismo residem em diferentes cidades da região como Irati, Tibagi, Castro, Carambeí e Palmeira, o projeto já tem ganhado visibilidade, mas, ainda assim, o objetivo, de acordo com o professor Helton, é expandir a ideia no futuro. “Temos a perfeita noção de que é algo em expansão, mas, mesmo as grandes caminhadas, começam com um passo: o primeiro. Este é exatamente o primeiro passo, a utilização dos ensinamentos em prol da comunidade”, finaliza.