Desde o início da pandemia no Paraná, 471 presos testaram positivo para Covid-19
G1 PARANÁ – Desde o início da pandemia no Paraná, em março, 471 presos testaram positivo para o novo coronavírus no Paraná, de acordo com o Departamento Penitenciário do estado (Depen). Os dados foram atualizados na quarta-feira (5).
Do número de contaminados, 423 estão recuperados. Ao todo, são 33 mil detentos no estado, divididos por 33 penitenciárias e 37 cadeias.
“Nenhum deles precisou de atendimento médico hospitalar. A evolução que a gente vê na sociedade não está tendo a mesma proporção nas carceragens. O número não é alarmante”, afirmou o diretor do Depen, Francisco Caricati. Durante esse período, ocorreram três mortes no sistema prisional em decorrência da Covid-19. Em 12 de julho, faleceu o ex-deputado federal Nelson Meurer – condenado pela Lava Jato. Ele estava detido na Penitenciária de Francisco Beltrão, no sudoeste do estado.
Na mesma penitenciária, morreu, na quarta-feira (5), outro detento. Em 4 de agosto, um agente penitenciário não resistiu à doença em Curitiba.
Contaminação entre servidores
Entre os servidores do sistema prisional, de penitenciárias e cadeias públicas, foram 164 confirmações, sendo que 116 estão recuperados.
“Temos constatado apenas sinais leves de Covid-19 nos presos. Em relação aos funcionários, um ou outro caso de internamento”, lembrou o diretor.
Cadeias mais atingidas
O departamento informou que a maior parte dos diagnósticos ocorreram nas carceragens de Toledo e Marechal Cândido Rondon, ambas no oeste do Paraná.
A Secretaria Municipal de Saúde de Toledo confirmou 142 casos na cadeia da cidade. Enquanto, em Marechal Cândido Rondon foram 103 confirmações para a Covid-19.
“Quanto mais está contaminada a cidade, mais vulnerável fica a unidade penitenciária do município. Nesse contexto, os números são considerados ótimos, principalmente se considerar a região de Curitiba – em que os números têm aumentado, mas no sistema prisional não”, pontuou Caricati.
O Depen disse que mantém um protocolo de recebimento de presos em que eles passam por avaliação de saúde, que inclui medição de temperatura e resposta a um questionário de doenças pré-existentes e demais comorbidades.
Se não apresentar sintomas, o preso permanece na unidade e fica em isolamento preventivo de 14 dias. Caso algum sintoma apareça, ele é transferido imediatamente para unidades de isolamento.
Porém, existem diferenças entre o isolamento de cadeias públicas e penitenciárias. Basicamente, em penitenciárias é possível restringir a entrada de novos presos, já em cadeias públicas isso não ocorre por causa das prisões em flagrante. Por isso, o isolamento total não é possível. “Vamos dizer assim: nas penitenciárias houve um ‘lockdown’, mas nas cadeias isso é impossível dada a dinâmica, já que é a primeira entrada do preso quando ele é autuado”.
Testagem
Até quarta-feira (5), 2,6 mil testes, entre rápidos e moleculares, haviam sido feitos entre presos e servidores no Paraná. Os agentes que têm contato direto com presos com suspeita ou confirmação da doença utilizam equipamentos como máscara, óculos e capa.
“Existe, sim, um controle rigoroso em relação à aferição de sintomas, mas como é uma análise clínica que é feita no preso na entrada, nem sempre é possível detectar quando a pessoa assintomática está contaminada”, explicou o Depen.