Casal é acusado de crime hediondo por desviar R$ 143 mil de empresário internado e matá-lo para encobrir furto, no Paraná

Um casal de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, foi acusado de crime hediondo por desviar R$ 143 mil das contas bancárias do empresário Ricardo de Oliveira Osinski enquanto ele estava internado e matá-lo para encobrir o furto.
O crime aconteceu em março. O casal chegou a ser filmado fazendo compras com o cartão bancário do empresário no dia em que o corpo dele foi encontrado, e um jovem de 25 anos também foi acusado pela morte do homem. Em abril, ele confessou ter matado o empresário a mando do casal, segundo a polícia.
A denúncia, feita pelo Ministério Público (MP), foi aceita pela Justiça e os três se tornaram réus por uma série de crimes:
- associação criminosa qualificada, pela prática de crime hediondo;
- homicídio triplamente qualificado, pelo uso de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e para assegurar a vantagem de furto e roubo anteriores;
- furto qualificado, pelo concurso de agentes e fraude processual.
- furto por intermédio de dispositivo eletrônico;
- e roubo majorado, pelo concurso de agentes e manutenção da vítima com a liberdade restrita.
Os nomes dos três réus não foram revelados.
Em nota, a defesa do homem de 38 anos afirma que vai se inteirar dos fatos alegados pelo MP para conduzir a defesa de forma a provar a inocência dele.
Também em nota, a defesa da mulher de 50 anos alega que ela enfrentará o processo com integridade, colaborando com as autoridades.
O g1 tenta identificar a defesa do jovem.
Investigações apontam que casal desviou dinheiro do empresário e o matou para tentar encobrir o esquema
De acordo com o delegado Luis Gustavo Timossi, o casal era dono de uma clínica de reabilitação de Ponta Grossa, na qual Ricardo foi internado em outubro de 2024. Por isso, a promotoria considera que, desde então, o empresário criou uma relação de confiança com o casal.
As investigações ainda apontam que o terceiro réu, o jovem de 25 anos, também foi paciente da clínica.
“No dia 11 de março de 2025 a vítima sofreu um acidente doméstico e precisou ser socorrida numa Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Ele foi acompanhado ao local pelos três denunciados, que, aproveitando-se do momento, usaram o celular da vítima para subtrair de suas contas bancárias o montante aproximado de R$ 86,5 mil. O dinheiro foi transferido para contas dos denunciados e da clínica – de propriedade do casal e onde a vítima e o terceiro denunciado ficaram internados”, afirma o MP.
A promotoria explica que, após receber alta, o empresário foi levado pelo trio à chácara onde o casal residia, e passou a receber altas dosagens de medicamentos, “que impossibilitaram qualquer reação”.
“Com sua liberdade restringida, a vítima permaneceu no local entre os dias 12 e 25 de março, período em que os denunciados retiraram mais R$ 42 mil de suas contas bancárias, a partir de transferências feitas com o uso de celular e compras em estabelecimentos comerciais. A sequência de crimes atingiu o auge entre a noite do dia 25 e a madrugada do dia 26 de março, na Estrada dos Alagados, onde os três assassinaram a vítima com golpes de arma branca. O homicídio foi promovido e organizado pelo casal proprietário da clínica terapêutica e executado pelo terceiro denunciado”, detalha o MP.
A promotoria também afirma que, após o assassinato, os denunciados ainda se apropriaram do carro e de mais R$ 32,9 mil da vítima, novamente fazendo transferências e compras com o celular.
Câmeras de segurança mostram o casal fazendo compras com o cartão bancário do empresário no dia em que o corpo do homem foi encontrado, segundo o delegado Luis Gustavo Timossi. As imagens mostram o homem e a mulher em uma loja de materiais de construção e em uma de bicicletas na tarde de 26 de março.
De acordo com o delegado, na loja de materiais de construção o casal gastou cerca de R$ 9.500 em itens voltados à reforma da própria casa. Depois, compraram duas bicicletas avaliadas em R$ 5 mil – que foram encontradas na casa deles durante a execução de um mandado de busca e apreensão.
“Por fim, em 28 de março, com o início das investigações sobre o caso, os denunciados tentaram destruir eventuais provas dos crimes, levando o carro a um lavacar”, finaliza o Ministério Público.
Fonte: g1