Correio dos Campos

André Ferreira, réu na Justiça por tentativa de feminicídio da própria sogra, Marlene Foltran, de 86 anos, vai começar a ser julgado nesta quarta-feira (19).

A denúncia do Ministério Público (MP) afirma que em dezembro de 2024 ele empurrou a mulher de cima de uma escada em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. A defesa da família alega que o homem tentou impedir que idosa visse a filha, que enfrenta um câncer em estágio avançado. Relembre detalhes abaixo.

Fernando Madureira, advogado que representa o réu, alega que ele é inocente.

“No caso da acusação imputada ao Sr. André Ferreira de que teria praticado tentativa de feminicídio contra a sua sogra, não há provas nesse sentido, afigurando-se que a vítima teve queda acidental, o que será esclarecido no decorrer da instrução do processo”, diz.

A audiência de instrução e julgamento está agendada para iniciar às 14h.

A intenção é começar a ouvir testemunhas de acusação; as de defesa e o réu deverão ser ouvidos em outra data, que será definida posteriormente.

Após o final dos depoimentos, a juíza deverá decidir se define a sentença, ou se encaminha o caso para o Tribunal do Júri – conforme pedido do MP. O órgão também requer que seja fixada reparação pelos danos sofridos pela vítima em pelo menos R$ 10 mil.

Marlene está internada desde dezembro. Segundo as advogadas que representam a família dela e são assistentes de acusação no processo, a idosa está em estado crítico, praticamente vegetativo.

“Sarah Bayer Ferraz e Angélica Afani Lenz, junto com Ministério Público, na pessoa do promotor João Eduardo Antunes, acreditam que o acusado vá a Júri Popular tendo em vista o que está estabelecido no Código de Processo Penal – que crimes dolosos contra a vida, sejam eles tentados ou consumados, são julgados pelo Júri Popular”, afirmam.

‘Empurrou a sogra em uma escada com o objetivo de matá-la’, diz promotor

O caso aconteceu no dia 12 de dezembro de 2024. André Ferreira foi preso preventivamente sete dias depois, e continua detido desde então.

Para o promotor João Eduardo Antunes Mirais, André empurrou a sogra da escada com o objetivo de matá-la.

“O Ministério Público ofereceu a denúncia para investigação total do ocorrido e para garantir o direito de defesa do acusado”, afirma.

Segundo as advogadas Sarah Bayer Ferraz e Angélica Cristina Afani Lenz, a família da vítima concorda com a tese.

“Marlene Foltran estava sendo impedida pelo genro de visitar sua filha, que está acometida por um câncer em estágio avançado. Quando em 12 de dezembro de 2024 tentou ver a sua filha, foi brutalmente agredida pelo genro e empurrada, vindo a cair por cima do guarda-corpo da escada no andar de baixo do prédio, o que lhe ocasionou sérios ferimentos por todo o corpo”, alegam.

Segundo o MP, devido à queda a mulher sofreu traumatismo cranioencefálico grave, trauma ortopédico com múltiplas fraturas, escoriações e equimoses, ou seja, rompimentos de vasos sanguíneos.

Para a promotoria, ela só sobreviveu graças ao rápido atendimento médico.

Fonte: g1