Correio dos Campos

Secretaria de Saúde traz orientações a respeito do Dia Mundial de Combate à Tuberculose

19 de março de 2018 às 15:48

IMPRENSA/Telêmaco Borba – No dia 24 de março, é celebrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Apesar de milhões de vidas já terem sido salvas no mundo por meio de diagnóstico e tratamento efetivo dessa doença, a tuberculose ainda está entre as doenças infecciosas que mais matam no Brasil.

A tuberculose tem cura e o tratamento, que dura no mínimo seis meses, é gratuito e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa doença pulmonar causa tosse persistente, febre geralmente no final da tarde, suor à noite, emagrecimento, cansaço e fadiga. E ainda pode ocorrer em outras partes do corpo, a tuberculose extrapulmonar.

A bactéria causadora da tuberculose se transmite através de gotículas no ar, principalmente ao espirrar, tossir ou falar.

Durante este mês de março, a Prefeitura de Telêmaco Borba, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estará desenvolvendo ações de sensibilização à população através das equipes de saúde pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e agentes comunitários de saúde (ACS).

“Contamos com a participação da população para mais esta ação de Saúde Pública, e é premissa do prefeito Dr. Marcio Matos que coloquemos os nossos serviços para a promoção a saúde e portanto estamos a disposição para mais informações sobre a Tuberculose”, conclama o secretário de Saúde do município, Dr. Ede Pukanski.

A enfermeira Marta Scheraiber da Vigilância em Saúde apresenta algumas informações pertinentes ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose, como a origem desta data, o que é a doença, sintomas, diagnóstico, transmissão e principalmente a prevenção e tratamento.

Origem da data – No dia 24 de março, é celebrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. A data criada em 1982 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) homenageia os 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrida em 24 de março de 1882, pelo médico Robert Koch.

Apesar de mais de 43 milhões de vidas tenham sido salvas no mundo por meio de diagnóstico e tratamento efetivo a tuberculose está entre as doenças infecciosas que mais matou no Brasil, segundo relatório divulgado pela OMS.

Tuberculose – A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. No Brasil, a doença é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose. Globalmente, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose, levando mais de um milhão de pessoas a óbito, anualmente. O surgimento da aids e o aparecimento de focos de tuberculose resistente aos medicamentos agravam ainda mais esse cenário. O principal reservatório da tuberculose é o ser humano. Outros possíveis reservatórios são gado bovino, primatas, aves e outros mamíferos.

Sintomas – O principal sintoma da tuberculose é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório – pessoa com tosse por três semanas ou mais – seja investigado. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço/fadiga. A forma extrapulmonar ocorre mais comumente em pessoas que vivem com o HIV/aids, especialmente entre aquelas com comprometimento imunológico.

Diagnóstico – Para o diagnóstico da tuberculose são utilizados os seguintes exames: baciloscopia, teste rápido molecular para tuberculose e cultura para microbactéria, além da investigação complementar por exames de imagem. O diagnóstico clínico pode ser considerado, na impossibilidade de se comprovar a suspeita de tuberculose por meio de exames laboratoriais. Nesses casos, deve ser associado aos sinais e sintomas, o resultado de outros exames complementares, como imagem e histológicos.

Transmissão – A tuberculose é uma doença de transmissão aérea – ocorre a partir da inalação de aerossóis. Ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos.

Calcula-se que, durante um ano, numa comunidade, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas. Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não desempenham papel importante na transmissão da doença. Embora o risco de adoecimento seja maior nos primeiros dois anos, uma vez infectada, a pessoa pode adoecer em qualquer momento de sua vida.

A transmissão da tuberculose é plena enquanto o indivíduo estiver eliminando bacilos. Com o início do esquema terapêutico adequado, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a níveis insignificantes. No entanto, o ideal é que as medidas de controle de infecção sejam implantadas até que haja a negativação da baciloscopia. Crianças com tuberculose pulmonar geralmente são negativas à baciloscopia.

Prevenção – A principal maneira de prevenir a tuberculose em crianças é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

Outra maneira de prevenir a doença é identificar a “infecção latente de tuberculose”, que acontece quando uma pessoa convive com alguém que tem tuberculose. Neste caso, é necessário procurar uma unidade de saúde. Pessoas que possuem o bacilo recebem tratamento para prevenir o adoecimento.

Tratamento – A tuberculose tem cura e o tratamento, que dura no mínimo seis meses, é gratuito e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

No tratamento, é preciso obedecer aos princípios básicos da terapia medicamentosa. A esses princípios, soma-se o Tratamento Diretamente Observado (TDO) da tuberculose, que consiste na ingestão diária dos medicamentos da tuberculose pelo paciente, sob a observação de um profissional da equipe de saúde.

O estabelecimento de vínculo entre profissional de saúde e usuário é fundamental para que haja adesão do paciente ao tratamento e assim as chances de abandono sejam reduzidas.

O paciente deve ser orientado, de forma clara, quanto às características da tuberculose e do tratamento a que será submetido: medicamentos, duração e regime de tratamento, benefícios do uso regular dos medicamentos, possíveis consequências do uso irregular dos mesmos e eventos adversos.

Logo nas primeiras semanas de tratamento, o paciente se sente melhor e, por isso, precisa ser orientado pelo profissional de saúde a realizar o tratamento até o final, independente da melhora dos sintomas. É importante lembrar que o tratamento irregular pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de cepas resistentes aos medicamentos.