Correio dos Campos

Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa alcança maioria de músicos residentes na cidade

26 de agosto de 2025 às 10:02
(Foto: Divulgação/PMPG)

COM ASSESSORIAS – A Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa (OSPG) vive, em 2025, um momento histórico: pela primeira vez, desde sua retomada, em 2008, a maioria dos músicos reside na cidade. Dos 59 integrantes, 38 (63%) moram em Ponta Grossa, o que fortalece a identidade cultural e artística da cidade, além de facilitar o desenvolvimento das atividades.

Um dos maiores desafios enfrentados pela OSPG, desde que foi retomada, era a seleção de músicos. O alto nível técnico exigido nos testes seletivos fazia com que, durante mais de uma década, a maior parte dos aprovados viesse de Curitiba e região metropolitana, enquanto os ponta-grossenses representavam apenas uma minoria. Esse quadro começou a se transformar gradativamente, graças a um processo consistente de formação musical desenvolvido pelo Conservatório Dramático Musical Maestro Paulino Martins Alves, explica o secretário municipal de Cultura, Alberto Portugal. “Nós trabalhamos para que este momento chegasse e ainda almejamos muito mais no desenvolvimento da música na cidade”, destaca o secretário.

Segundo o maestro Rafael Rauski, o avanço atual é reflexo direto desse trabalho educacional de base. “Hoje, os alunos do Conservatório conseguem disputar em igualdade de condições nos testes seletivos e conquistar espaço de forma legítima dentro da Orquestra. Esse resultado é fruto de anos de investimento e dedicação, principalmente na área das cordas, em que antes havia uma lacuna de músicos locais com formação técnica suficiente. Essa conquista é simbólica, porque a Orquestra passa a refletir mais intensamente a identidade cultural de Ponta Grossa, reunindo em seu corpo estável músicos que carregam o vínculo afetivo e comunitário com a cidade”, afirma o maestro.

O diretor do Conservatório, Eziquiel Ramos, explica que a mudança de cenário foi resultado de um planejamento pedagógico consistente. Entre as ações estruturadas, uma das mais significativas foi a criação da Orquestra de Cordas, que possibilitou aos estudantes práticas coletivas desde cedo. “Quando o aluno toca em conjunto, desenvolve competências que sozinho não conseguiria. Essa vivência acelera a aprendizagem, amplia a escuta e oferece a experiência real do fazer musical. Isso nos permitiu formar músicos mais completos e preparados”, destaca Ramos.