Correio dos Campos

Justiça começa a ouvir vítimas de guia espiritual réu por estupro de 11 fiéis e acusado de engravidar duas vítimas adolescentes no Paraná

Primeira audiência do processo está agendada para esta segunda-feira (20). Roderley Amorim Ramos, de 54 anos, está preso preventivamente desde outubro. Defesa do homem afirma que vai se posicionar apenas no processo.
20 de janeiro de 2025 às 18:01
(Foto: Reprodução/RPC)

A Justiça vai começar a ouvir as vítimas do suposto guia espiritual Roderley Amorim Ramos, de 54 anos.

Ele é réu por estuprar 11 fiéis adolescentes e adultas e engravidar duas vítimas menores de idade em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Relembre detalhes mais abaixo.

A primeira audiência do processo está agendada para iniciar na tarde desta segunda-feira (20) e prevê ouvir três vítimas e as mães delas. Em um segundo momento, mais vítimas devem testemunhar e o réu também será convocado para depoimento.

Após os testemunhos, o Ministério Público (MP), os advogados que representam as vítimas e atuam como assistentes de acusação e os advogados de defesa do réu poderão apresentar alegações finais.

A expectativa é que na sequência seja definida uma sentença sobre o caso.

O processo corre em segredo sigilo e, desde o início das investigações, a defesa do suposto guia espiritual afirma que vai se manifestar apenas no processo. Em depoimento à polícia, Roderley negou as acusações.

Réu por estupro e violação sexual mediante fraude

Roderley Amorim Ramos está preso preventivamente desde o dia 10 de outubro.

À Justiça, o MP denunciou o homem por estupro, estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. Juntos, os crimes têm pena prevista de até 31 anos de prisão no Código Penal – e o tempo pode ser aumentado de metade a dois terços, considerando que resultaram em gravidez.

De acordo com a delegada Claudia Krüger, 11 vítimas formalizaram denúncias contra o homem. Destas, seis relataram que sofreram os abusos quando eram adolescentes e, entre elas, duas afirmaram que engravidaram na época, quando tinham 13 e 16 anos de idade.

Para a delegada, o homem se aproveitava da vulnerabilidade emocional e das crenças das vítimas para cometer os crimes.

“Foram depoimentos bastante emocionados, pois algumas vítimas teriam sido, na época, ameaçadas por este homem, e também porque a história ficou guardada por muitos anos”, afirma.

Denúncias

A Polícia Civil orienta que outras possíveis vítimas podem procurar a delegacia para fazer denúncias. A corporação atende pelo telefone 197.

Ao longo das investigações, as vítimas deram diversas atribuições ao papel do suspeito. Entre eles, curandeiro e pai de santo.

Por meio de nota, a Federação de Umbanda do Estado do Paraná afirmou que ele não é associado à federação e não tem terreiro formalizado.

“A Umbanda é uma religião genuinamente brasileira, que se fundamenta no respeito à dignidade humana, à diversidade e ao sagrado. Os rituais de Umbanda são pautados pela ética, pelo respeito e pelo compromisso com o bem-estar físico, emocional e espiritual dos participantes. A Federação ainda ressalta que em nenhum momento, seja em atendimentos, giras ou demais práticas, há qualquer espaço ou tolerância para condutas que desrespeitem a integridade física ou moral de qualquer indivíduo”, reforçou a instituição.

Fonte: G1