Correio dos Campos

Coxinha explode ao ser tirada de panela com óleo quente e homem sofre queimaduras no rosto: ‘Graças a Deus não pegou no olho’

Homem sofreu queimaduras de primeiro e segundo grau, mas não ficou com cicatrizes. Vídeo mostra que, após explosão, apenas a 'casca' da coxinha ficou intacta
23 de dezembro de 2024 às 10:05
(Foto: Imagens cedidas)

Uma coxinha explodiu ao ser tirada da panela e causou queimaduras no rosto de Nataniel Freitas de Oliveira, morador de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Ele estava fazendo a fritura em casa e conta que, com a explosão, foi atingido por óleo quente.

“Eu estava fritando três coxinhas. Fui tirar uma com a escumadeira e ela e mais uma estouraram, ficaram partes espalhadas por toda a cozinha. O óleo veio no meu rosto e Graças a Deus não pegou no olho, eu podia ter ficado cego”, conta.

Ao explodir, o recheio e parte da massa se soltaram da coxinha, ficando apenas a “casca” intacta.

Nataniel afirma que estava sozinho em casa no momento do acidente e, logo depois, procurou atendimento médico em um hospital.

Ele foi diagnosticado com queimaduras de primeiro e segundo grau e teve que tomar antibióticos e usar pomadas. Porém, apesar da extensão dos ferimentos, não ficou com nenhuma cicatriz.

“No primeiro dia ficou uma vermelhidão, depois chegou a formar feridas e fazer ‘cascas’, mas não ficou nenhuma marca. Foi só o susto mesmo”, comemora o vigilante.

O caso aconteceu em setembro de 2023 e veio à tona após Nataniel ver a notícia da coxinha que explodiu no rosto de um cliente em um bar de Curitiba e decidir contar a própria história no aplicativo Você na RPC.

Segundo ele, as coxinhas que estouraram foram compradas pré-prontas de uma vendedora ambulante de quem ele e a família eram clientes.

Desde a situação, ele e a esposa decidiram não fritar mais nenhuma coxinha na casa.

“Agora só compro pronta, e abro antes de morder. A mesma coisa com pastel, que tem bastante ar dentro”, conta.

Explosão de coxinha

O caso que motivou Nataniel a compartilhar a própria história aconteceu neste mês de dezembro.

O cliente de um bar de Curitiba deu uma mordida em uma coxinha de frango e sentiu o salgado, literalmente, explodir na boca e no rosto.

A cena foi registrada por uma câmera de segurança e, segundo a doutora em biociências e biotecnologia Laura Marise, pode ter sido causada por uma bolsão de ar.

Segundo a cientista, durante o processo de produção do salgado ele pode ter sido moldado de uma forma que permitiu que uma pequena quantidade de ar ficasse presa entre o recheio e a massa.

Esse ar, ao ser aquecido durante a fritura, pode ter expandido, gerando pressão interna.

Conforme Laura, a pressão que se formou dentro da coxinha não deve ter sido suficiente para romper a massa imediatamente, pois a massa de coxinha, quando feita com farinha de trigo, é bastante forte e possui teor de glúten, o que a torna resistente.

Ao ser mordida, a coxinha pode ter liberado a pressão de forma abrupta, causando a explosão.

Como evitar que o salgado exploda?

Para evitar incidentes como esse, o cozinheiro Hugo Vassoler, de Ponta Grossa, explica que os cuidados devem iniciar no preparo.

“Quando é feito de forma artesanal – ou seja, enrolado com as mãos – deve-se ter o cuidado para não deixar o ar no produto. Isso serve para todos os salgados que são submersos no óleo”, explica.

No momento da fritura, também deve se colocar uma quantidade de óleo suficiente para deixar o salgado submerso nele.

“Caso contrário, tem que ser removido da fritadeira e descartado! Esse é o ideal, porém alguns estabelecimentos não fazem dessa forma para economizar óleo – e quando a fritura fica com tons variados, é muito provável que o preparo tenha sido realizado dessa forma”, alerta.

Na hora de comer, a dica é abrir a coxinha com a mão para o vapor sair e, também, não queimar a boca.

“É só fazer igual ao pastel, que é muito comum já. Ao invés de comer, tira um pedacinho com a mão, pro vapor não queimar a boca. É só fazer isso também com a coxinha, para tomar cuidado”, complementa o cozinheiro curitibano Rui Morschel.

Fonte: g1