Correio dos Campos

Acusada de amordaçar e matar ex-marido e atirar contra atual do homem dentro de açougue é condenada 32 anos de prisão

Crime aconteceu em novembro de 2022 e foi filmado por câmeras de segurança. Defesa de Elenise Carneiro Ferreira afirma que considera sentença injusta e vai entrar com recurso na Justiça.
10 de maio de 2024 às 15:59
(Foto: Reprodução)

Elenise Carneiro Ferreira, acusada de amarrar, amordaçar e matar o ex-marido e atirar contra a atual namorada do homem dentro de um açougue foi condenada a 32 anos e 9 meses de prisão em regime fechado.

O caso aconteceu em novembro de 2022 em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, e foi filmado por câmeras de segurança do estabelecimento.

A ré foi condenada por todos os crimes aos quais foi acusada: homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e pelo recurso que impossibilitou a defesa da vítima, tentativa de homicídio qualificado com recurso que dificultou a defesa da vítima, e porte irregular de arma de fogo de uso restrito.

Ainda conforme a decisão, Elenise terá que pagar dez dias de multa no mínimo legal de 1/30 do salário mínimo vigente à época dos fatos.

Ela foi presa e solta mais de uma vez desde o flagrante. As últimas vezes foram em maio de 2023, quando ganhou liberdade provisória, e dezembro de 2023, quando voltou para a prisão.

O júri popular aconteceu na quinta-feira (9) e levou mais de 15 horas.

Em nota, a defesa de Elenise afirma considerar que a setença não foi justa. Para os advogados, Elenise agiu sob “violenta emoção” no dia do crime frente aos problemas psicológicos que estava enfrentando e os jurados não levaram esse fator em consideração na condenação.

A defesa também afirma que vai entrar com recurso para anular o júri ou tentar diminuir a pena.

Tainan Felix Laskos, advogado que representa a vítima sobrevivente e a família da vítima fatal, afirma que eles receberam a notícia da condenação “com euforia, alívio e acalento, agradecendo pelo trabalho desempenhado, e expressando o sentimento de que a Justiça foi feita”.

“No julgamento realizado restou demonstrada a periculosidade da acusada, o intento homicida, frieza e total menoscabo à vida, sendo a condenação a medida mais justa e correta para o caso apresentado”, afirma.

Relembre o caso

O caso aconteceu no dia 9 de novembro de 2022 em um açougue de Ponta Grossa.

O delegado explicou que quando policiais militares chegaram ao estabelecimento para atender a ocorrência, encontraram o local trancado. Eles invadiram o espaço depois de ouvir os disparos.

O ex-marido de Elenise, de 46 anos, foi encontrado amordaçado e com as mãos amarradas, atingido por tiros na cabeça e na barriga. Ele foi levado ao hospital, mas morreu no dia seguinte.

Uma funcionária do açougue de 42 anos, que mantinha um relacionamento amoroso com o homem, também foi atingida. Ela foi levada em estado grave ao hospital e sobreviveu.

Elenise disse à polícia que tinha uma medida protetiva contra o homem e que os disparos aconteceram após uma discussão.

Na época, a defesa da mulher afirmou, em nota, que ela “estava vivendo sob extrema pressão e ameaças intensas por parte do ex-companheiro”.

Ela morava em Piraí do Sul e alegou que havia viajado a Ponta Grossa para discutir algumas questões e devolver a arma de fogo do homem.

Fonte: G1