Correio dos Campos

Agentes de todos os oito Setores da Diocese participam de encontro sobre Comunicação

Encontro destacou a missão da Pastoral da Comunicação
1 de junho de 2022 às 08:59
(Foto: Divulgação)

COM ASSESSORIAS – “O que ouvistes ao pé do ouvido anunciai-o sobre os telhados”. A frase bíblica contida em Mateus 10,27 foi a escolhida pelo bispo Dom Sergio Arthur Braschi para enaltecer a missão de partilhar a alegria do Evangelho. “Neste dia mundialmente importante, dia em que Jesus ascendeu ao Pai, isso nos lembra a necessidade de essa verdade ser levada a todos os povos, fazendo novos discípulos. Esse dia está ligado a comunicação”, destacou o bispo no Encontro Diocesano da Pastoral da Comunicação, realizado para comemorar o 56 Dia Mundial das Comunicações Sociais. 90 agentes pastorais participaram, representantes vindos de todos os oito Setores da Diocese.

Dom Sergio fez questão de citar que o Papa Francisco enfatiza muito o ‘ouvir’, o ‘escutar’ para comunicar bem. “Para ouvir basta ter ouvido, para escutar tem que ter coração. Para comunicar é preciso estar atento para escutar e transmitir o que se crê. Estar aberto para ouvir, sintonizar a mesma frequência: a frequência do amor”, comentou, lembrando que são tantas as esferas da comunicação – Liturgia, Catequese – que transmitem, fazem circular a fé. “Hoje, há uma facilidade em comunicar. Com a internet, a mensagem pode chegar a imensidão. Por isso é preciso fazer valer a ordem de Jesus, de continuar a sua missão”, acrescentou.

O encontro dos agentes da Pastoral da Comunicação aconteceu durante todo o domingo (29), no salão da Paróquia Imaculada Conceição, em Uvaranas, e foi conduzido pelo coordenador nacional da Pastoral, Marcus Tullius. Ele que trabalha com comunicação pastoral há dez anos e há quatro responde pela coordenação da Pascom no Brasil. “O grande trabalho é tentar articular as forças comunicativas e gerar uma identidade. Embora o trabalho de comunicação na igreja seja antigo, o trabalho da Pastoral da Comunicação é recente. A missão e maior desafio é gerar identidade nas pessoas”, avaliava o coordenador que atualmente mora em Belo Horizonte e atua no Centro de Espiritualidade Jesus Pão da Vida, da PUC/Minas Gerais.

“Minha mensagem é baseada no Papa Francisco, que tem um magistério de comunicação muito rico porque, além de valorizar o processo de comunicação e midiatização, tenta recuperar aquilo que é o principal da comunicação, que é o aspecto relacional. Não adianta ter as tecnologias se não conseguimos chegar até as pessoas. Escutar com os ouvidos do coração, que é a principal provocação para este Dia Mundial das Comunicações Sociais, é valorizar e recuperar uma identidade humana e humanista da nossa comunicação. A escuta é o primeiro ponto, em uma sociedade acelerada e barulhenta. É a partir do chão da nossa realidade que nós produzimos comunicação. Não dá para pensar em comunicação abstrata, para os números – embora eles sejam importantes – mas são as pessoas que importam. A intenção é ajudar os agentes a pensar que é preciso escutar e só então definir os caminhos pastorais em cada realidade”, argumentou.

Quanto às resistências ao trabalho da Pastoral da Comunicação, especialmente junto ao clero, Tullius acredita ser reflexo do processo de formação. “Grande parte dos nossos padres, principalmente, os que já tem mais de dez, quinze anos de ministério, não passaram pelo processo de formação de comunicação em seminário. Hoje, muitas faculdades, seminários já têm disciplinas de Comunicação e Pastoral de Comunicação. Creio que muitos não façam por maldade, mas por desconhecimento, por ignorância. Eu procuro nas dioceses, quando sou chamado a participar de reuniões do clero, ajudar neste sentido. E para muitos é novidade”, atestou o coordenador. “A pandemia trouxe um aspecto de urgência e necessidade. Nesses dois anos que passamos, muitos padres e comunidades se comunicaram por necessidade de sobrevivência e, agora, vão, acredito e espero, dar importância à comunicação como aspecto prioritário na ação pastoral. Pensar a comunicação de maneira estratégica e não emergencial”, observou.

Outro aspecto abordado pelo coordenador nacional foi a transversalidade na ação da pastoral. “Não faz sentido ter Pastoral da Comunicação se não for para ela servir as demais pastorais e movimentos existentes na ação evangelizadora. Não podemos cair no erro de fazer comunicação auto referencial, que olhe apenas para o seu umbigo. A natureza da Pastoral da Comunicação é transversal e, talvez, seja esse o principal diferencial para com as demais. Em uma bela colcha de retalhos, considerando que cada retalho seja uma pastoral ou movimento. (A Pastoral da Comunicação) faz esse alinhavado entre as partes, para que a colcha, bonita, seja o reflexo da ação pastoral”, exemplificou Marcus Tullius.