Correio dos Campos

Missa em ação de graças celebra bodas de diamantes de padres e aniversário do bispo

3 de dezembro de 2021 às 18:21
(Foto: Divulgação)

COM ASSESSORIAS – Muitos padres, religiosos-padres e diáconos, além de fiéis de diferentes comunidades, acompanharam, na manhã desta sexta-feira (3), celebração na igreja Santa Teresinha em ação de graças às bodas de diamante dos padres Abrão Becher e Sílvio Mocelin, e, também ao aniversário de 73 anos do bispo Dom Sergio Arthur Braschi. Liturgia especial, música e homenagens marcaram este momento tão importante para toda a Diocese. Os padres Abrão, de 87 anos, e Sílvio, de 83, ordenados em dezembro de 1961 ainda por Dom Antônio Mazzarotto, estão mais do que ativos em suas paróquias. Padre Sílvio, inclusive, parte em missão para a cidade de Canutama, em janeiro, para ajudar no trabalho pastoral na Paróquia São João Batista, administrada pela Diocese de Ponta Grossa.

O bispo Dom Sergio, aniversariante do dia, presidiu a celebração ao lado dos dois sacerdotes. “Não são sons nem palavras, mas a sua voz ressoa até os confins do universo. Estamos aqui hoje para dar ação de graças pelo dom de vida sacerdotal de nossos dois colegas de ministério, de dois amados sacerdotes dessa diocese, e, juntamente com a festa litúrgica de São Francisco Xavier quero destacar essas palavras para que fiquem nos nossos corações. Não há palavras que possam dar graças pelo dom do sacerdócio ministerial deles e nossos. ‘Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da tua mãe, te santifiquei; às nações te dei por profeta. A todos a quem eu te enviar, irás’. Toda a Liturgia nos fala, juntamente com Jesus, no Evangelho, do seu amor entranhado ao Pai. ‘Como o Pai meu amou assim também eu vos amei’. ‘Vos chamo amigo, não servo’. Tudo isso nos fala desse grande dom de termos sido, sem mérito, chamados a evangelizar, a levar a boa notícia da vida plena para o ser humano, que é desejo de Deus, sem distinção de cultura, de língua”, dizia o bispo em sua homilia, contando a vida de São Francisco Xavier, patrono das missões.

“‘Não sons que vibram no ar nem palavras, mas a voz deles ressoa por toda a terra'”. A mesma coisa nós reconhecemos, hoje, com gratidão, se pode aplicar ao padre Abrão Becher e ao padre Sílvio Mocelin, e, porque não dizer também, a esse bispo, mas espero que nosso testemunho de idosos, firmes na evangelização e na missão, possa falar ao homem e mulher do século XXI. Parabéns padre Silvio! São Francisco Xavier, naquele tempo, decidiu partir, e o senhor causa admiração e entusiasmo ao decidir, daqui a algumas semanas, junto com o diácono Metódio (Retexin) e sua esposa Vera, partir para a Amazônia. É uma mudança radical, mas, se o senhor foi ordenado padre nessa festa de São Francisco Xavier, não ia dar noutra, ia dar em um espírito missionário, que desabrocha agora”, comentou Dom Sergio. O bispo contou que embora tenha tentado ‘segurar’ o padre – como quando ele quis seguir para Marajá – dessa vez, não teve jeito. “E vai com as minhas bênçãos e com um longo e proveitoso ministério para aquelas terras”.

De padre Abrão, Dom Sergio falou da importante presença na Paróquia Santa Teresinha “e com muito amor se dedicou a formação de tantos padres. Muitos estão aqui e recordam o que devem a esses dois padres, nos tempos da formação e no testemunho durante tantos anos. Também ele querendo fazer uma mudança agora, ir para Irati. Então, vemos que, quando a pessoa tem disposição diante de Deus, está pronta para mudar, tudo é bom. Sempre atendendo o chamado da vocação”, afirmou o bispo. Padre Abrão sempre esteve ligado às vocações e trabalho nos seminários diocesanos, na formação de novos presbíteros. Foi reitor dos seminários São José e Menor Mãe de Deus, em Irati, além de ter ocupado os cargos de disciplinário, diretor espiritual, ecônomo e diretor das Obras pelas Vocações Sacerdotais.

Dom Sergio ainda agradeceu todas as manifestações de carinho e as orações recebidas e pediu que as preces continuem. “É a primeira vez que estou saindo. A imunidade fica muito baixa, o que me leva a me resguardar um pouco. Daqui a nove dez dias volto ao hospital para um segundo ciclo de quimioterapia e isso vai repetir até que o diagnóstico aponte uma melhora. O plano é esse. Está difícil nesse momento, mas vamos enfrentando. Jesus é o bom pastor. É Ele quem conduz. A gente é mero instrumento”, ressaltou.

Padre Martinho Hartmann, coordenador da Pastoral Presbiteral, citou a exortação apostólica Pastores Dabo Vobis para descrever a identidade do sacerdote. “Os padres são na igreja e para a igreja uma representação sacramental de Jesus Cristo, cabeça e pastor. Na ordenação, se torna Igreja e, para a Igreja, imagem real, viva e transparente de Cristo sacerdote. Ao mesmo tempo, não se deve esquecer que cada padre é único como pessoa e que possui o próprio modo de ser; cada um é único e insubstituível. Deus não anula a personalidade do padre, mas, antes, quer servir-se dela. Nós, padres, agradecemos e louvamos a Deus pela vocação confiada aos senhores e também pela vocação vivida, com fidelidade, dando o devido valor à vocação, sendo zelosos”, enfatizou padre Martinho.

“Nós sentimos que, nesses 60 anos, foi dedicado amor, muito zelo, vivido com entusiasmo e missionariedade, tanto na evangelização, no cuidado com o povo, como na formação de novos padres. Nossa diocese está prestes a completar 100 anos, dos quais 60, os senhores fazem diretamente parte como padres. Como aprendemos com vocês! Não há exagero em afirmar que foram e são os precursores na formação, na estruturação, na evangelização. São dois alicerces dessa igreja Particular, que souberam edificar sua própria vida e vocação sobre a rocha firme. Reconhecemos que muito devemos a vocês”, acrescentou o padre, agradecendo aos dois sacerdotes com a canção Sou bom Pastor, de Waldeci Farias, cantada por padre Fábio Sejanoski. Ao final, aplausos demorados aos jubilandos e a Dom Sergio.