Polícia Civil investiga invasão de mesquita e queima de Alcorão em Ponta Grossa
A Polícia Civil abriu uma investigação para apurar uma invasão a uma mesquita de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, e a queima de um exemplar do Alcorão no local. O caso aconteceu na sexta-feira (26).
Segundo a corporação, investigadores e um papiloscopista estiveram no local para fazer perícia e também tentar encontrar digitais para auxiliar nas investigações.
Eles também buscam imagens de câmeras de segurança nas redondezas da mesquita.
Conforme a polícia, a suspeita até o momento é que apenas uma pessoa tenha participado da ação. A mesquita também foi vandalizada, com quadro que descrevia as bases do islamismo sendo queimado.
O caso pode ser configurado como crime contra o sentimento religioso, segundo a Polícia Civil, e também como furto qualificado porque um rádio foi levado de um carro que estava dentro do estacionamento da mesquita.
Até a publicação desta reportagem, nenhum suspeito havia sido identificado.
O caso
Segundo os responsáveis pelo local, um exemplar do alcorão foi queimado e fogo também foi ateado em um quadro que descrevia as bases do islamismo.
Uma porta lateral da mesquita foi arrombada, e os suspeitos quebraram cordões de oração, chamados de Masbaha.
“Foi como se queimassem um muçulmano por dentro. Queimar o alcorão é uma ofensa muito grande”, disse Ali Mustapha Ataya, assessor jurídico da mesquita.
Estavam guardados no mesmo espaço aparelhos de televisão, de som, projetores e outros objetos de valor, mas nada foi furtado. Por este motivo e pelos objetos sagrados destruídos, os responsáveis pela mesquita acreditam que o caso se tratou de uma demonstração de ódio e intolerância religiosa.
“Quem pratica qualquer religião precisa ter tolerância com as outras, e quem não pratica nenhuma precisa ter respeito. Estou recebendo a solidariedade da nossa comunidade indignada em todo o Brasil e até do Irã. Nunca vimos aqui no país um caso como esse na nossa comunidade, com a queima de objetos sagrados”, disse o sheik responsável, Mahmoud Shamsi.
O sistema de segurança da mesquita estava em manutenção, de acordo com o sheik. Por isso, as câmeras acabaram não gravando a invasão.
Fonte: G1