Correio dos Campos

ACIPG é contrária do uso de recursos municipais para atribuições do estado

Instituição critica projeto que autoriza Prefeitura custear despesas das Polícia Civil e PM
28 de novembro de 2019 às 14:22
(Divulgação/ACIPG)

COM ASSESSORIAS – A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG) se manifesta contrária ao projeto de lei 384/2019 que autoriza previamente a criação de um Programa de Fortalecimento da Polícia Civil e Militar no município de Ponta Grossa, proposto pelo vereador, pastor Ezequiel Bueno. Para a ACIPG, as forças de segurança estaduais são de obrigação do governo do Estado manter, e não do município que já tem sob sua responsabilidade a Guarda Municipal. Com a proposição aprovada, investimentos em infraestrutura, por exemplo, poderiam ser prejudicados.

De acordo com o projeto de lei, o programa tem como objetivo realização de despesas por conta de recursos livres do Município para fins de fortalecer as ações da Policia Civil e Militar, através da compra de material de consumo, contratação de estudos e projetos técnicos de prevenção e combate à criminalidade, contratação e serviços de transporte para policiais vindos de outras localidades, manutenção de veículos assim como locação, conservação e manutenção de imóveis, e aquisição e manutenção de equipamentos.

O presidente em exercício da ACIPG Estefano Stemmer Júnior disse que a instituição sempre foi sensível as necessidades das forças de segurança em Ponta Grossa, bem como através do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), auxilia a Polícia Civil, Científica e Militar, como também o Corpo de Bombeiros. “A ACIPG juntamente com o Conseg realizou recentemente um bazar com itens da Receita Federal com o objetivo de levantar recursos para projetos enviados por estas organizações. Através do Conseg, a ACIPG já custeou a manutenção de veículos da frota, comprou motocicletas, realizou pequenas reformas, entre outras benfeitorias necessárias”, explica.

No entanto, a ACIPG acredita que esta proposição não deveria ser aprovada em virtude de o Município ter outras atribuições que poderiam ser prejudicadas pela medida. “Além disso, o projeto tem vício de origem. Deveria ser proposto pelo prefeito por autorizar despesas ao município. Isto não é função do vereador”, ressalta o presidente da ACIPG em exercício.

Stemmer Júnior lembra que a ACIPG já foi responsável pela Ação Direta de Constitucionalidade (ADIN), baseada em decisão do Tribunal de Justiça do Paraná para a suspensão do Funrebom, que era uma taxa municipal em que os recursos eram destinados ao Corpo de Bombeiros. “Da mesma maneira agora, o cidadão já paga os tributos estaduais que deveriam dar conta da manutenção tanto da Polícia Militar, quanto da Polícia Civil. Não faz sentido a utilização de recursos municipais para uma função que é do estado”, pondera Stemmer Júnior, que entende que o projeto deveria receber parecer contrário da Comissão Permanente de Legislação, Justiça e Redação.