Correio dos Campos

Conselho Missionário ganha novos adeptos

Integrantes visitaram a Reserva Indígena de Queimados
22 de outubro de 2019 às 18:40
A comitiva missionária foi recebida por Vandilin Rodrigues, que celebrou o culto. (Divulgação)

COM ASSESSORIAS – O bispo dom Sergio Arthur Braschi participou na noite desta segunda-feira (21) de reunião do Conselho Missionário Diocesano (Comidi), onde foram avaliadas as ações realizadas até este momento dentro do Mês Missionário Extraordinário. Na temática ‘Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo’ sugerida pelo Papa Francisco para esse outubro em especial, na Diocese de Ponta Grossa, além da celebração de abertura do Mês Missionário, dia 1º, houve a adoração e vigília missionárias, o encontro diocesano da Infância e Adolescência Missionária e visitas missionárias de seminaristas a residências da Vila Margarida, em Ponta Grossa, e à Reserva Indígena de Queimados, em Ortigueira, pelos integrantes do Comidi e convidados.

A avaliação dos diferentes momentos foi positiva, segundo a coordenadora diocesana do Comidi, Neuci Marques de Jesus, que enfatizou o bom número de participantes. “Tudo muito bem preparado, com pessoas de diversas paróquias que puderam rezar, refletir, adorar, louvar, ouvir testemunhos e se sentirem motivadas. Foram momentos bonitos e significativos”, comentou. Sobre a visita missionária, feita nos arredores do Seminário São João Maria Vianney, na Vila Liane, o seminarista Jeferson Davi Sivercoski Sanchez contou que a motivação nasceu já na visita de dom frei Santiago Sánchez Sebastián, bispo da Prelazia de Lábrea (AM), ao seminário, maio. “Ele veio nos falar de missão, nos encantou com suas histórias e resolvemos encaminhar proposta ao reitor (padre Jaime Rossa) para que, ao invés de termos uma formação entre quatro paredes, fôssemos para as ruas. E fomos atendidos. Foi muito proveitoso. Conhecemos a realidade da região onde moramos. Foi muito bom”, resumiu.

A ida à Reserva Indígena de Queimados, em Ortigueira, contou com nove missionários, alguns dos quais saíram em missão pela primeira vez. Foi o caso do casal Élcio e Eliane Ferreira Prado, da Paróquia Sant’Ana, de Castro. Élcio, o motorista do grupo, contou da humildade do povo, que se mostrou arredio e, ao mesmo tempo curioso. “Principalmente, as crianças. Chamou a atenção a simplicidade da capela deles, a precariedade, a desorganização, tanto que me ofereci para ajudar na igreja”, destacou. Eliane é música e ajudou na celebração, tocando violão. “Quando você domina um instrumento, canta, fica um pouco mais fácil interagir. Penso que podemos usar a música ou brincadeiras para evangelizar”, sugeriu.

O grupo, composto ainda por Marcelo Bleme, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima- Cavanis, Mariliza Lopes, das Servas do Espírito Santo, Ana Cristina de Paula Justino, da Paróquia Bom Jesus, e Sueli Aparecida Guimarães, coordenadora da Infância e Adolescência Missionária, foram recepcionados na aldeia por Vandilin Rodrigues, que acompanha as famílias, promove encontro com os jovens, realiza orações nas casas e celebra o culto uma vez por mês na Capela são Juan Diego e na Reserva Indígena de Mococa, além de, junto de religiosas das Servas do Espírito Santo, prepara os indígenas para os sacramentos. “Eles nos acolheram bem, têm uma grande devoção, uma vontade de saber mais, de entender. Foi muito válido. É preciso não ter medo de lançar-se”, dizia a catequista Ana Cristina.

Para Neuci, a integração de novas pessoas ao Comidi deve se consolidar. “Umas estão chegando pelas Obras Pontifícias, outras porque tem vontade de fazer uma experiência missionária e o Conselho Missionário Diocesano sempre orienta as pessoas que têm esse desejo de fazer uma experiência de missão para que se integrem as suas paróquias e ao Comidi, como é o caso da Ana, que quer ir servir na Amazônia, e se propôs a participar, ou, do Marcelo, que já tem experiência de coordenação estadual de Juventude Missionária em outra região e nós o convidamos para dar essa ajuda porque estamos sem a Juventude Missionária na diocese”, explicou a coordenadora.

Dom Sergio lembrou a importância de sair em missão, mas ressaltou a necessidade de sintonia com a paróquia responsável pela localidade. “A aldeia pertence à Paróquia São Sebastião, dos Cavanis, onde existem apenas dois padres para atender a matriz e mais 57 capelas. É a segunda maior paróquia da diocese em número de comunidades, lugares com sérios problemas de ordem social, distantes, que, até pouco tempo atrás, tinham estradas muito ruins. Temos consciência que temos duas comunidades indígenas na diocese, sabemos que com o fim do acompanhamento delas pela Pastoral Indigenista, ano passado, os bispos é que ficaram responsáveis de dar esse atendimento, mas tudo em comunhão com a comunidade local, respeitando a paróquia”, enfatizou o bispo.