Correio dos Campos

SINDUEPG e APP-PG se unem em aula pública contra a Reforma da Previdência

Aula realizada no Parque Ambiental contou com professores da UEPG e das escolas estaduais
27 de junho de 2019 às 20:15
(Rodrigo Czekalski)

COM ASSESSORIAS – Integrantes da direção e da Coordenação de Mobilização de Greve do Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (SINDUEPG) participaram da aula pública denunciando a proposta de Reforma da Previdência. A aula, organizada pela APP-PG, foi ministrada na manhã desta quinta-feira, dia 27, no Parque Ambiental, e integra as atividades de greve de ambas as categorias.

“Essa é mãe de todas as Reformas e nós vamos combatê-la”, denuncia o diretor do SINDUEPG, Arcelio Benetoli, que ministrou a aula pública a convite da APP. Benetoli lembra que a Previdência Social já foi alvo de reforma desde Fernando Henrique Cardoso, com tentativa de maior ataque pelo Governo Michel Temer e agora mais desastrosa por Jair Bolsonaro (PSL).

“A capitalização proposta nessa Reforma da Previdência preconiza que os bancos vão administrar a nossa aposentadoria. Ou seja, a gente sabe com quanto vai contribuir, mas não sabe o quanto vai receber”, completa. Benetoli compara o sistema de capitalização proposto pela Reforma ao do Chile, que não garante renda suficiente para manter a mínima qualidade de vida da população na aposentadoria.
A integrante da direção da APP – Ponta Grossa, Andrea Souza, ressalta desaprovação e a articulação da sociedade contra o Projeto e Emenda Complementar 06/19, da Reforma da Previdência. “A Reforma não andou mais rápido porque a gente está na rua. São todos os setores da sociedade se colocando contra a Reforma da Previdência”, aponta.

Andrea alerta que a PEC 06/19 afeta todos os trabalhadores ao mudar as regras de tempo de contribuição. “Esse projeto apresentado pelo governo traz consequências para quem está começando a trabalhar, para quem está no meio do caminho, para quem está quase se aposentando”, denuncia.

Greve no Paraná

Os professores da UEPG aprovaram greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira, 27 de junho, em assembleia do SINDUEPG, realizada ontem. Já os professores da rede estadual, representados pela APP – Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Paraná, estão paralisados desde o dia 25. Professoras e professores do ensino público do estado exigem a recomposição salarial de 17,04% e o arquivamento do Projeto de Lei Complementar 04/19 que precariza a carreira de servidores.

“Se já está precário para os servidores, está pior ainda para a população paranaense em geral”, aponta a diretora da App. Souza destaca que a greve do funcionalismo paranaense é uma luta em defesa da qualidade do serviço público que atende toda a população.

No âmbito da greve da UEPG, a categoria docente ainda cobra o arquivamento da minuta de Lei Geral das Universidades (LGU), apresentada pelo governo do Estado, e luta pela anuência de vagas e por concursos públicos.

O presidente do SINDUEPG, Marcelo Ubiali Ferracioli, explica que a LGU tira autonomia das universidades ao criar o CRUEP (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais do Paraná), instância de deliberação que ficará acima dos Conselhos Universitários de cada Instituição, e as coloca umas contra as outras ao estipular regras para o repasse de verbas às Universidades. “A minuta da Lei Geral muda a Universidade de autarquia especial para uma autarquia subordinada, submetida às vontades do governo que nem sempre são as necessidades da educação superior”, conclui.