Correio dos Campos

Aprendizado infantil depende da interação com outras crianças

27 de abril de 2019 às 15:43
(Divulgação/Colégio Positivo)

COM ASSESSORIAS – O avanço tecnológico e as transformações no estilo de vida das famílias estão fazendo com que as crianças troquem, cada vez mais cedo, os brinquedos e brincadeiras tradicionais por aparelhos eletrônicos que oferecem uma diversão virtual, algo muito diferente das experiências vividas pelos pais, por exemplo. Se, por um lado, a tecnologia traz vantagens quando se trata de ensino e aprendizado, por outro, quando o foco é a primeira infância, é preciso cuidado para evitar que tablets, smartphones e computadores não tornem o brincar um ato cada vez mais solitário e artificializado, nos primeiros anos de vida.

As escolas devem levar isso em conta, a fim de impedir que a socialização e o progresso da criança sejam prejudicados. “Brincar é essencial para o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo. Vai além do lazer. É o momento de compartilhar, de construir regras e combinados, de experiências”, explica Ana Flávia Justus, gestora de Educação Infantil da Escola Girassol, de Ponta Grossa (PR). Segundo ela, é brincando – e interagindo – que a criança tem a possibilidade de compreender pontos de vistas diferentes e resolver conflitos. E é por isso que a Educação Infantil é uma das etapas escolares mais importantes da vida de um estudante.

Diante das mais variadas situações, a relação entre o brincar e o aprendizado é cada vez maior – mas é preciso cuidado e planejamento para que essa relação apresente resultados significativos. Segundo Ana Flávia, o ato de brincar para aprender exige atenção por parte do adulto, que deve interferir quando necessário para garantir que a criança se desenvolva brincando. “Ao criar condições para jogos e brincadeiras, o professor oferece a chance da criança explorar os novos cenários e situações e, a partir do conhecimento que já possui, aprender ainda mais”, conclui a gestora.

Durante a primeira infância – fase que vai do nascimento até os seis anos de vida da criança, o processo de desenvolvimento não se dá de forma fragmentada. As atividades e brincadeiras devem visar o conhecimento e a descoberta de habilidades nos mais diversos âmbitos. Num jogo, por exemplo, ao mesmo tempo em que a criança aprende a contar ou a criar estratégias, ela também aprende a respeitar as regras, os colegas e a não criar artifícios para se sair melhor que os demais. O aprendizado é mais completo quando a proposta pedagógica garante essa articulação nas atividades. E quando se trata de brincar, o assunto deve ser levado muito a sério, priorizando brincadeiras que garantam que essa seja o plano principal do processo de aprendizado e que, por meio delas, a criança tenha condições de aprender muito.