Correio dos Campos

Professor de Jornalismo da UniSecal é aprovado no doutorado em Comunicação

Tese também contou com o ineditismo de trazer um resgate dos textos originais da Teoria do Gatekeeping, publicados em 1950, e que não haviam ainda sido traduzidos para o português brasileiro.
16 de abril de 2019 às 16:50

O professor do curso de Jornalismo da UniSecal, Rafael Kondlatsch, foi aprovado no Doutorado em Comunicação, na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Após quatro anos de pesquisa, o docente defendeu a tese ‘#ELENÃO #ELESIM: o cidadão gatekeeper em grupos do Facebook nas eleições presidenciais de 2018’.

O estudo, na linha de pesquisa ‘Processos Midiáticos e Práticas Socioculturais’, teve como objetivo investigar a ação dos usuários do Facebook como gatekeepers (controladores) nos grupos da rede social, durante a última eleição presidencial do Brasil. “Eu analisei como as pessoas usam de matérias jornalísticas para ações de discussão política e de convencimento nesses espaços conectados. Agregando também os algoritmos das redes sociais como agentes nessa realidade”, explica Rafael.

Ele ainda acrescenta que provou em seu trabalho que o processo de controle sobre a informação ainda existe e é ordenado e exercido por diferentes atores. “Defendi que a Teoria do Gatekeeping, que por conta da Internet chegou a ser vista como algo ultrapassado no início dos anos 2000, ainda era aplicável para explicar o fenômeno que ocorre nas redes sociais”, explica o docente.

Tradução de obra original
Entusiasta pelo estudo do jornalismo, principalmente pela Teoria do Gatekeeping, o educador relata que, além de sua pesquisa, a tese contou com o ineditismo de trazer um resgate dos textos originais da teoria, publicados em 1950, e que não haviam ainda sido traduzidos. “Tive o cuidado de traduzir os textos, tabelas e quadros do inglês para o português. Essa é a primeira vez que alguém traduz esses originais. Fiz isso como forma de tornar acessíveis esses dados e facilitar o caminho de pesquisadores que vierem depois de mim e quiserem usar isso como referência”, diz Kondlatsch.

Novos planos

Após a aprovação no doutorado, o professor relata que a conquista é uma mistura de sentimentos. “Alívio, felicidade e também um pouco de vazio. Nos últimos meses a tese tomava muitas horas dos meus dias, principalmente nos finais de semana, quando cheguei a ficar 12 horas trabalhando, com pausas muito curtas para comer e ir ao banheiro. É estranho não ter esse compromisso. Estou me acostumando com isso ainda”, avalia.

Com planos para a carreira acadêmica, Rafael almeja a publicação de um livro e a realização de um pós-doutorado. “Alguns membros da banca me sugeriram que eu publicasse a tese porque ela tem potencial para virar um livro acadêmico para o jornalismo. Provavelmente é isso que farei em seguida, mas o objetivo agora é escrever alguns artigos e começar a pensar no pós-doutorado que pretendo fazer fora do Brasil, provavelmente na Alemanha ou nos EUA, que é onde já recebi convite para desenvolver um trabalho na Universidade do Texas”, finaliza o professor.

Atualmente, por conta do doutorado, o docente leciona nas disciplinas de Estética da Comunicação, Jornalismo Esportivo e Jornalismo e Turismo. Porém, Rafael também tem ampla experiência acadêmica em Assessoria de Imprensa, Rádio, Webjornalismo e Teorias da Comunicação.