Correio dos Campos

COM ASSESSORIAS – A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG) recebeu na reunião da Diretoria desta semana, os coordenadores da Organização Não Governamental (Ong) Doutores Palhaços – SOS Alegria, que prestam serviço voluntário de humanização em hospitais da cidade. Mesmo bem-humorada, a reunião foi muito séria, e foi apresentado o funcionamento da entidade e formas de captação de recursos para a manutenção do trabalho.

A coordenadora artística Micheli Vaz relatou que a Ong, há 10 anos atua em Ponta Grossa, e atualmente é composta por cerca de 50 voluntários, entre eles, 22 palhaços que trabalham nos hospitais. Ela conta que a atuação visa levar aos pacientes através da palhaçadas, tranquilidade e alegria, humanizando o local. “O intuito é quebrar com a rotina hospitalar, que é por natureza um ambiente melancólico. A visita no palhaço acaba por ter um efeito terapêutico” relata.

No entanto, a coordenadora aponta que o trabalho em hospital deve ser responsável para que a humanização não faça mal para o palhaço, mas principalmente para o paciente. Segundo ela, mesmo pessoas bem-intencionadas, podem ser contaminados e potenciais geradores de contaminação, por se tratar de um ambiente hospitalar. Além disso, pela falta de conhecimento, assustar as crianças ou fazer brincadeiras desagradáveis. Ser palhaço em hospital não é como ser palhaço no circo” afirma Micheli.

Justamente visando a qualidade no serviço prestado, a Ong ponta-grossense faz parte do Programa Palhaços em Rede, realizado pelos Doutores da Alegria, de São Paulo, que tem foco na qualidade da intervenção que é oferecida nos hospitais. Por meio de diálogos e encontros, reforça a identidade e a vocação de cada grupo, propondo reflexões e práticas dentro da linguagem do palhaço.

O coordenador geral da Ong, Bruno Madalozo, abordou sobre o trabalho realizado em Ponta Grossa. Ele contou que nestes 10 anos de trabalho, quase 300 mil intervenções de palhaços foram realizadas nos hospitais da cidade, no Hospital Bom Jesus, Santa Casa de Misericórdia (hemodiálise), Instituto Sul Paranaense de Oncologia (ISPON), Hospital Geral Unimed (HGU), Pronto Socorro Municipal, Hospital da Criança e Unidade de Pronto Atendimento (UPA) – Santa Paula. “Só em 2018, nos primeiros seis meses do ano, registramos mais de 18 mil intervenções”, explica.

Madalozo explicou que para manter as atividades, a Ong trabalha com recursos municipais, bem como se utiliza da Lei de Incentivo à Cultura para captar recursos para capacitar os voluntários. Além disso, realizam três bazares de itens usados por ano. “Com estes recursos realizamos peças teatrais, publicamos recentemente um livro da Ong, produzimos semestralmente um informativo para prestar contas do nosso trabalho, entre outros produtos culturais fora dos hospitais. No entanto, todo este trabalho acontece para viabilizar as intervenções nos hospitais”, conta o coordenador, que respondeu a mais questionamentos dos diretores da ACIPG.

A Ong Doutores Palhaços – SOS Alegria relatou ainda que está em fase de captação de recursos através da Lei Rouanet, em 2018. Dessa maneira, as empresas podem contribuir com a entidade através do Imposto de Renda. “Pela Lei Rouanet, os empresários têm a opção de ver em sua região o resultado de seu investimento através do imposto”, comenta o coordenador.

O presidente Douglas Taques Fonseca comentou que recentemente esteve hospitalizado e recebeu a visita dos Doutores Palhaços. Ele relatou também que por ser vice provedor da Santa Casa de Misericórdia já conhece o trabalho da Ong. “A conversa foi bem produtiva, pois a Diretoria teve a oportunidade de conhecer mais sobre o trabalho que auxilia muita gente e que só vemos quando estamos hospitalizados. Em virtude disso, a ACIPG parabeniza este belíssimo exemplo de voluntariado realizado pelos Doutores Palhaços”, disse Fonseca.