Correio dos Campos

Vereadores fazem visita ao aterro do Botuquara

5 de outubro de 2017 às 16:47

Sem prévio aviso, os vereadores que integram a Comissão Especial de Investigação (CEI) do Lixo, George Luiz de Oliveira (PMN – presidente), Vinícius Camargo (PMB), João Florenal (Podemos) e Rogério Mioduski (PPS) fizeram, nesta quinta-feira, uma visita ao Aterro do Botuquara.

A Comissão foi conferir de perto a situação do espaço que abriga o lixo doméstico de Ponta Grossa, recebendo cerca de 170 toneladas de resíduos diariamente, que são depositados na quinta célula aberta no aterro.

De acordo com George, o panorama que a comissão encontrou apontou para alguns motivos de muita preocupação. “Apesar do lixo estar sendo compactado e aterrado, o que está ainda a céu aberto mostra que um volume muito expressivo dos resíduos é composto de materiais que poderiam ser reciclados, diminuindo assim o volume e o custo do aterramento”, destacou.

Para o vereador Florenal, chama a atenção a quantidade de pneus, geladeiras, fogões, colchões, computadores e outros objetos que não deveriam nem poderiam estar no aterro. “Além do prejuízo ambiental, há um duplo prejuízo financeiro para a população, já que o pagamento que a prefeitura faz para a empresa que realiza a coleta é pelo peso. Paga-se mais para enterrar o que poderia gerar receita com a reciclagem”, opinou.

Outro problema apontado pela CEI é o chamado “transbordo”. São grandes montanhas de lixo depositadas diretamente na terra, sem nenhum tipo de manta impermeabilizante. Essa pilha de resíduos é oriunda do período em que o aterro ainda não tinha a quinta célula. “Essa é uma situação muito grave, que precisa de medidas urgentes, antes que a contaminação do solo e da água atinja níveis ainda mais graves”, afirmou o vereador Mioduski.

Além disso, chamou a atenção da comissão, a situação de algumas lagoas de decantação de chorume que estão sem impermeabilização e a última delas desaguando diretamente na terra. “Ficamos bastante preocupados com esse cenário e vamos solicitar apoio técnico da Universidade Estadual de Ponta Grossa para analisar as condições desta água e poder avaliar o se está havendo algum prejuízo ambiental e em que nível”, informou George.

O vereador Vinícius foi igualmente enfático com relação a necessidade urgente de solucionar estes problemas no aterro: “O passivo ambiental que estas situações estão criando terão que ser pagos pelas próximas gerações. Temos a obrigação de apontar alternativas para reduzir estas agressões ao meio ambiente”.

A Comissão está levantando uma série de informações para, segundo seu presidente, em seu relatório final, “apresentar uma solução, se não definitiva, pelo menos de longo prazo para o problema do lixo em Ponta Grossa”.