Correio dos Campos

Surdos celebram a arte e a inclusão na Escola Geny Ribas

Alunos realizaram oficinas, receberam palestras e fizeram exposição de artes para celebrar a Semana Nacional do Surdo em Ponta Grossa
29 de setembro de 2017 às 20:09

A especialização dos surdos na linguagem visual, nas artes plásticas e na comunicação pelas imagens, em virtude da deficiência auditiva, não é um mito. Isso ficou bastante claro na exposição de artes dos alunos do Centro Ponta-grossense de Reabilitação Auditiva e da Fala (Cepraf) Geny Ribas, realizada ao longo da Semana Nacional do Surdo. Através de quadros e outros trabalhos, eles mostraram suas habilidades artísticas e impressionaram pelo nível de detalhes das obras.

O tema das atividades foi O Direito à educação bilíngue para surdos: a luta continua! – mesmo tema da Semana Nacional do Surdo. Durante toda a semana, foram realizadas diversas atividades para mobilizar a comunidade em favor da inclusão e do protagonismo do surdo na sociedade. Para isso, foram realizadas parcerias com a Faculdade Sant’Ana – com o curso de Letras Português/Libras, com o Magistério do Instuto de Educação César Prieto Martinez e Universidade Estadual de Ponta Grossa. Os alunos também tiveram oficinas sobre aplicativos de celular, Arte Surda e Libras. A escola possui atendimento especializado, para a Educação Infantil, anos iniciais do Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos.

“Pelas obras apresentadas por eles, percebemos que são muito minuciosos e atentos aos detalhes. Os quadros e artesanato expostos mostram que os professores desenvolvem um belo trabalho e que eles possuem um grande potencial para a arte”, ilustra a secretária de Educação, Esméria Saveli. A escola mantém 60 crianças do Ensino Infantil e anos iniciais da Educação Fundamental municipal, dos 140 alunos matriculados.

O tema da mostra artística foi a Sustentabilidade. Todas as obras foram realizadas com custo zero, utilizando materiais reaproveitados, sementes, folhas e outros produtos naturais e reciclados. “Usamos todos os materiais sem custo, o que não nos impediu de fazer uma arte de qualidade e com criatividade”, conta a professora Lucimara Souza Chociai.

Ela destacou a obra do menino Leonardo Paglio da Silva, 10 anos, que está no 3º ano do Ensino Fundamental e realizou um quadro contendo um arco-íris feito a partir de tampas de garrafa multicoloridas. Através da Língua de Sinais, ele disse que escolheu o arco-íris devido ao seu encanto pelas cores. Sua fala, traduzida pela professora Luciane Selski Portela, mostra seu grande poder descritivo e de observação. “Toda vez que chove eu saio para procurar o arco-íris, que se forma quando o sol passa pelas gotas de chuva. Eu também o encontro nas poças d’água que se formam quando chove e fico encantado com os tamanhos e a quantidade de cores que existem neles”, conta o menino.