Correio dos Campos

Estudante denuncia médico de órgão vinculado à UEL por assédio sexual

De acordo com a vítima, o ginecologista teria falado sobre posições sexuais durante a maior parte da consulta, o que gerou constrangimento
23 de fevereiro de 2023 às 10:11
(Foto: Universidade Estadual de Londrina)

Uma estudante de mestrado denunciou ter sido vítima de assédio e importunação sexual por um médico da Divisão de Assistência à Saúde da Comunidade (Dasc), que pertence ao Hospital Universitário (HU) e é um órgão vinculado à Universidade Estadual de Londrina (UEL). O caso foi registrado na semana passada, mas foi divulgado nesta quarta-feira (22).

A vítima conta que foi à consulta com o ginecologista na última terça-feira (14) para tratar de escape menstrual e marcar o exame preventivo, porém o médico começou a falar sobre posições sexuais e a gesticular para demonstrar os movimentos. “Ele não falou nada sobre a minha preocupação inicial, ai ele começou a falar de posição sexual e a gesticular com a mão, fazia um vai e vem com a mão, começou a falar que homem gosta de pegar por trás”, explica a mestranda.

A aluna conta que ficou constrangida com as falas do profissiona. “Ele ainda falou que é importante chupar e que o melhor é a mulher chupar para deixar lubrificado, fazer cavalinho e depois fazer outras posições”. Ele ainda teria sugerido que ela fizesse exames na clínica particular do médico: “a primeira coisa que ele fez foi passar o número da clínica particular dele, começou a falar que o preventivo da UEL era mais simples e que era melhor eu fazer em um lugar melhor”.

De acordo com a jornalista, ela denunciou o caso na Delegacia da Mulher e na ouvidora da universidade. “Eu não me toquei na hora que era assédio”, explicou a aluna, que precisou contar com amigos e familiares para poder entender o que tinha acontecido. O Dasc pertence ao Hospital Universitário (HU), mas funciona no antigo Hospital das Clínicas, que fica dentro do Campus da universidade.

Após realizar a denúncia, a estudante publicou em um grupo de mulheres o ocorrido. Com isto, outras mulheres comentaram na publicação que também passaram por assédio sexual em consultas com o mesmo profissional.

O que a UEL diz sobre o caso?

De acordo com a UEL, a procuradoria jurídica da instituição aguarda o recebimento da denúncia oficializada junto à Ouvidoria, “Cabe à Procuradoria Jurídica, considerando o disposto no Estatuto e Regimento Interno, que preconiza as normas de conduta da comunidade universitária, no exercício das atividades, realizar o levantamento inicial dos fatos e checagem dos envolvidos para instrução do procedimento, que finalizado deve ser submetido ao Gabinete da Reitoria e, posteriormente, ao Conselho Universitário, órgão máximo da Universidade”, declarou em nota.

A equipe do Portal Ric Mais entrou em contato com a assessoria do Hospital Universitário e com o consultório do ginecologista denunciado, mas até o momento de fechamento desta matéria, não obtivemos respostas.

Fonte: RIC Mais

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