Família que mora em capela mortuária abandonada em cidade do Paraná corre risco de ficar na rua
Há quase dois anos, Cirlei Olegário e duas crianças moram em uma capela mortuária de Londrina, norte do Paraná. O prédio público, que fica no Jardim Franciscato, não está ativo há cinco anos. No dia 13 de julho, a mulher recebeu notificação da Secretaria Municipal de Gestão Pública (SMGP) avisando que ela deveria deixar a capela em um prazo de 15 dias. Entretanto, Cirlei não possui um segundo lugar para viver e corre o risco de ficar nas ruas.
Na notificação expedida pela SMGP, consta que o imóvel pertence ao município e que a ocupação não foi autorizada. O mesmo prédio já foi utilizado como moradia por outras pessoas, que, inclusive, construíram um anexo ao cômodo. A habitação irregular foi constatada após vistoria da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDE). O relatório aponta que o local corre risco de desabamento e está em condições precárias. Procurada pelo Grupo RIC, a COMPDE emitiu nota sobre o caso. Confira:
A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil – COMPDEC encaminhou à Gerência de Bens Imóveis Municipais Ofício que relatou vistoria no antigo Centro Comunitário do Jardim Franciscato.
No relatório, a COMPDEC informou que a cobertura do imóvel estava em condições precárias, havendo risco de algumas vigas de madeira de sustentação do telhado ceder, em razão de sinais de envergamento.
Após diligências e encaminhamento do processo à SMOP para avaliação de possível demolição, a Fiscalização do Município constatou que havia uma família residindo no imóvel, constituída por uma mulher e duas crianças, razão pela qual promoveu a notificação para desocupação, no prazo de 15 dias. No ato de entrega da notificação, orientou a moradora acerca dos riscos da estrutura, reforçando a necessidade de desocupação.
A mesma informou que está ocupando o imóvel há pouco mais de um ano e que não possui outro local para se estabelecer.
Desta forma, o processo foi encaminhado à SMAS e COHAB para atendimento e análise quanto à possibilidade de inclusão da família em programas assistenciais/habitacionais, de modo a atender a família.
Cirlei explica que já está inscrita na fila da Companhia de Habitação de Londrina (Cohab) há algum tempo, mas não recebeu expectativas de moradia. Ela conta que a renda que possui é o dinheiro fornecido pelo Bolsa Família. De acordo com a moradora, ela e as filhas, de 1 e 6 anos, sobrevivem de doações dos vizinhos. Ela tem até o dia 28 de julho para deixar a capela mortuária.
Fonte: Ricmais